A Psoríase é uma doença inflamatória crónica da pele, a qual se estima afectar mais de 200 mil portugueses, e que cursa com lesões cutâneas, por vezes pruriginosas, caracterizadas por espessamento, vermelhidão e descamação (tipicamente branca-prateada) da pele nas zonas envolvidas. Podendo afectar toda a pele, e inclusivamente as unhas, é mais frequente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo.

Em cerca de 10-30% dos doentes, surge associada a dor, rigidez e inflamação nas articulações (Artrite Psoriática).

Apesar de cerca de 40% dos doentes terem uma história familiar desta doença, vários factores, para além da genética, concorrem para o seu aparecimento, tais como o tabagismo, a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas, bem como infecções bacterianas ou virais e determinados fármacos. Apesar de poder surgir em qualquer idade, o seu aparecimento é mais frequente durante as terceira, quinta e sexta décadas de vida.

A sua gravidade é variável, na exuberância das lesões, mas sobretudo na percentagem de área corporal envolvida. O seu impacto é sobretudo cosmético, embora com um comprometimento muito sério do dia a dia dos doentes, pelo confrangimento resultante de lesões visíveis, levando por vezes a quadros ansiosos e/ou depressivos, sem que haja uma relação directa com a gravidade da doença. Para além disso, hoje sabe-se que as manifestações cutâneas da Psoríase podem ser apenas a ponta de um icebergue sustentado pela maior prevalência de, entre outras, doenças cardiovasculares (p.e. Hipertensão Arterial) e metabólicas, tais como a obesidade e a Diabetes.

Assim, o seguimento e tratamento destes doentes é cada vez mais uma iniciativa transversal e multidisciplinar, com o objectivo de controlar, não apenas as lesões na pele, mas o doente como um todo, com as suas múltiplas comorbilidades. Este entendimento, ao qual se junta um progresso exponencial nos tratamentos disponíveis, permitem obter uma melhoria significativa na sua qualidade de vida e também na das suas famílias.

Desde os medicamentos de aplicação tópica na pele (cremes, pomadas, géis, loções ou champôs), frequentemente suficientes no controlo da doença mais ligeira, até aos fármacos sistémicos (orais ou injectáveis), as armas terapêuticas disponíveis para o tratamento da Psoríase permitem actualmente que a esmagadora maioria dos doentes se possam “esquecer” que têm a doença. É por isso fundamental que contactem o seu Médico de Família ou um Dermatologista.

Artigo de Opinião assinado por Dr. Diogo Matos, Dermatologista