A psoríase é uma doença crónica que pode afetar a pele e as articulações. Estima-se que em Portugal afete cerca de 4% da população, no entanto, muitos casos não estão ainda diagnosticados. A psoríase pode ocorrer em qualquer idade, desde crianças a adultos, mas tem tipicamente dois picos de incidência: entre os 20-30 anos e os 50-60 anos.

Na pele, esta doença caracteriza-se sobretudo por lesões descamativas e avermelhadas que atingem predominantemente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo, mas em casos mais graves, pode mesmo envolver toda a superfície corporal.

Atualmente, sabemos que a psoríase tem um impacto marcado na qualidade de vida dos doentes, podendo inclusivamente, em situações mais graves, ter um impacto tão marcado com a diabetes mellitus e até mesmo como certas neoplasias, como o cancro da mama, por exemplo. A presença de lesões em áreas expostas, como a face ou mãos, é apontada como particularmente estigmatizante pelos doentes, que se sentem muitas vezes discriminados pela restante população, devido ao receio de que as lesões sejam contagiosas, ideia esta que é mito.

Apesar de ser vista tradicionalmente como uma doença incurável, a verdade é que nos últimos anos, para casos de psoríase mais graves ou que afetem uma grande extensão corporal, foram aprovados vários tratamentos, nomeadamente as terapêuticas biotecnológicas, que permitem, na maioria das situações, um controlo absoluto ou quase absoluto das lesões cutâneas.

Estas novas terapêuticas, além de muitos eficazes, são também muito seguras, desde que supervisionadas pelo dermatologista. Existem já em Portugal, milhares de casos de sucesso tratados com estes medicamentos, com um controlo não só das lesões da pele, mas também de outras doenças associadas, como a artrite psoriática.

Se há alguns anos a “cura” desta doença era apenas uma miragem, hoje em dia, a possibilidade de voltar a ter uma pele “limpa de psoríase” pode ser uma realidade.

Um artigo do médico Leandro Silva, Especialista de Dermatovenereologia no Hospital de Egas Moniz, Lisboa.