Desenvolvido em parceria com Teresa Afonso e Joana Lopes, o projeto é uma sequência de outro - “Fotografar palavras” -, que associa escritores e fotógrafos num blogue que já dura há quatro anos e que integra a maior parte das pessoas presentes na nova ideia, explicou.

Do caráter virtual do primeiro passou-se para a versão papel no segundo, através da execução de cartões postais a partir das fotografias e ilustrações criadas anteriormente e escritos pelo punho dos autores, sendo dirigidos aos utentes dos lares de idosos, contou Paulo Kellermann.

“Primeiro pensou-se enviá-los para pessoas que estão hospitalizadas, acabando a ideia por evoluir para quem reside num lar. Trata-se de um projeto pequenino pois é autofinanciado. Começámos por fazer 30 postais diferentes que foram enviados para os lares que se mostraram recetivos”, disse.

O escritor acrescentou à Lusa que, uma vez impresso, “cada postal foi dirigido a uma pessoa diferente, com os seus próprios nomes, sendo uma parte enviada por correio e outra entregue pessoalmente nos lares”, completando o seu desígnio de “provocar um sorriso a pessoas que vivem solitárias ou com vidas mais tristes”.

Com cartões postais entregues na zona de Leiria, Aveiro, Caminha, Santarém e Lisboa no início de 2020, a ideia foi “transmitir uma mensagem fora da época das festas, assim levando mais calor a quem reside num lar de idosos”, contou o escritor.

Desses envios feitos, contou Paulo Kellermann, os promotores receberam “resposta de dois desses lares, que publicaram agradecimentos na rede social Facebook”, admitindo, no entanto, preferir que “a resposta tivesse chegado também pela via postal”.

Depois do sucesso verificado na primeira abordagem, favorecida pelo facto de as pessoas envolvidas “terem feito contactos personalizados com os lares aderentes”, atualmente o projeto está parado por falta de respostas aos emails enviados.

“A maior dificuldade acabou por ser a adesão dos lares, que por algum motivo mostraram resistência. Estranho. Enviei emails para cerca de 30 lares escolhidos de forma aleatória um pouco por todo o país e, até ao momento, só dois responderam”, lamentou.

Explicando que o projeto “não pode crescer indefinidamente porque não há dinheiro para isso”, Paulo Kellermann lamentou que, por ausência de respostas dos lares contactados, permaneçam por distribuir “cerca de 400 cartões postais”.

Trata-se de um projeto que “pode ser facilmente financiado por empresas” pois está aberta a possibilidade de “pagar diretamente a impressão”, mencionou o promotor, lamentando “a falta de resposta ao pedido de disponibilidade para colaborar com o envio de informação sobre os utentes a quem dirigir os cartões postais”.