Mas, Agostinho Semedo permanece preocupado com o comportamento dos utentes do hospital que ainda continuam a juntar-se no espaço quando acompanham os doentes.
Faz hoje dez dias desde que, por decisão do Governo, nenhum doente internado no Hospital Nacional Simão Mendes pode ter comida de casa.
Uma empresa foi contratada, através de concurso público, para fornecer quatro refeições (pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar) aos doentes e ao pessoal médico de serviço no hospital.
A dona da empresa, a empresária guineense Paula Teixeira, contou à Lusa que o problema reside no numero excessivo de pessoas que acabam por estar no hospital quando os 26 colaboradores da sua empresa começam a levar as refeições para as enfermarias.
No contrato estabelecido com o ministério das Finanças, a empresa de Paula Teixeira tem de servir o máximo de 640 refeições diárias, mas pelas contas da empresaria e pelas informações que vai recebendo do pessoal do hospital, o número poderá ascender às 800.
A empresária afirmou que o contrato firmado com o Governo não prevê o fornecimento de refeições para tantas pessoas e espera que se encontre uma solução para o problema que disse ser criado pelo pessoal médico que está no hospital e também pelos acompanhantes dos doentes.
Já ao pequeno-almoço há pão com queixo e fiambre de peru para adultos, leite com chocolate para crianças, o lanche pode ser iogurte para crianças e uma peça de fruta para adultos e o jantar pode ser arroz doce e salada fria para diabéticos.
Tudo é balanceado por uma nutricionista que integra a equipa de Paula Teixeira, explicou a empresária, apontando para a especialista que corre a ampla cozinha do hospital dando recomendações na preparação das refeições.
Até aqui, tirando o número excessivo de pessoas, Paula Teixeira queixa-se também do facto de alguns doentes se mostrarem relutantes em tomar as refeições mais moles e sem sal, dada a sua dieta.
O problema só se resolve se lá estiver o médico, disse, entre sorrisos a empresária.
A experiencia com a empresa de Paula Teixeira é de um ano e, se tudo correr bem, o contrato será prolongado.
O diretor do Simão Mendes disse à Lusa estar “bastante contente” não só com o fornecimento de refeições aos doentes, como também pelo facto de o Governo isentar de pagamentos todas as consultas para crianças, todas as cirurgias e ainda fornecer medicamentos gratuitos nos primeiros socorros.
Brevemente, o hospital vai passar a ter um serviço próprio de lavagem da roupa de cama e de doentes, adiantou o diretor.
Agostinho Semedo compreende as preocupações da dona da empresa do catering e confirma que “há gente a mais no hospital”, mas garantiu a situação será resolvida brevemente.
Para já, Semedo não quer tomar medidas drásticas, como aquelas assumidas no passado em que não era permitida a presença de acompanhantes de doentes no hospital, mas também exortou a população a entender e aceitar as mudanças em curso.
“A disponibilização dos medicamentos gratuitos pode reduzir a presença das pessoas, mas isso tem que ser paulatinamente”, observou o diretor do Simão Mendes.
Semedo prometeu reforçar o desempenho do pessoal médico, com os enfermeiros e assistentes sociais a cuidarem dos doentes em vez dos familiares que os acompanham.
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