O primeiro bebé concebido com recurso a sémen de dador do banco público de gâmetas vai nascer este mês, tendo as amostras recolhidas sido utilizadas para três dezenas de ciclos de tratamento contra a infertilidade.

Isabel Sousa Pereira, responsável pelo Banco Público de Gâmetas, instalado na Maternidade Júlio Dinis, no Porto, disse à Lusa que, desde que foi criado, foram realizados cerca de três dezenas de ciclos de tratamento através de Inseminação Intra-Uterina (IIU), Fertilização In Vitro (FIV) e Injeção Intra-Citoplasmática (ICSI) com sémen de dador.

Estes tratamentos apresentam uma taxa de gravidez de 23,1 por cento, o que “está dentro dos resultados esperados e cientificamente aceites”, segundo Isabel Sousa Pereira.

A especialista disse que, até ao momento, foram observados cerca de 100 candidatos a dador de sémen, embora nem todos tenham sido aceites por não respeitarem as regras protocoladas.

Dos candidatos masculinos aceites, dez terminaram a quarentena e as suas dádivas já têm vindo a ser usadas. A terminar a quarentena estão outros dez.

No banco regista-se um menor número de candidatas femininas (dadoras de óvulos), tendo até hoje sido completados dois ciclos de tratamentos (FIV/ICSI) e estando outros em curso outros.

Isabel Sousa Pereira esclareceu que as doações só começaram a ser disponibilizadas a partir de fevereiro, pelo que os primeiros recém-nascidos de gravidez de termo só nascerão a partir do final deste mês e durante o mês de novembro. Ocorreu um parto, mas foi prematuro.

Para já, as amostras – sémen e óvulos – ainda não estão a ser disponibilizadas para outras instituições públicas, pelo que os casais que necessitem de gâmetas doadas têm de ser atendidos no Centro Hospitalar do Porto.

O Banco Português de Gâmetas é financiado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo a sua criação sido autorizada pelo Ministério da Saúde, em fevereiro de 2011.

4 de outubro de 2012

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