A chegada do avião Boeing 337-300 ER da Emirates que transportou a primeira remessa do fármaco, oriundo de Mbumbai, aconteceu às 14:55 locais, (12:55 de Lisboa) no aeroporto internacional OR Tambo, em Joanesburgo, e foi transmitida em direto pela televisão sul-africana.

O acontecimento marca o início do lançamento da vacina contra a covid-19 no país, a que o Governo sul-africano teve acesso 11 meses depois da eclosão da pandemia, em março do ano passado.

A África do Sul contabiliza mais de 1,4 milhões de infeções do novo coronavírus, com 4.525 novos casos de infeção registados nas últimas vinte e horas, e regista mais de 44 mil mortes, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.

O Presidente Ramaphosa descreveu o acontecimento como sendo “o maior e mais complexo empreendimento logístico de vacinação” na história da África do Sul, salientando que a “escala de entrega não tem precedentes em termos do número de pessoas que devem ser vacinadas num curto espaço de tempo”.

O objetivo do programa de vacinação do Governo sul-africano é alcançar a imunidade o seio da população, estimada em cerca de 60 milhões de pessoas.

A primeira fase deste programa de vacinação priorizará cerca de 1,2 milhões de profissionais de saúde, segundo a presidência sul-africana.

Um segundo lote de 500.000 doses do fármaco é aguardado no próximo mês, segundo o Governo.

Cyril Ramaphosa, que falará hoje à noite ao país sobre novas regras de confinamento, acompanhado pelo vice-presidente David Mabuza, que preside ao comité interministerial responsável pela distribuição de vacinas covid-19 no país, assinalaram este momento histórico para o país ao receberem o primeiro lote de vacinas contra a covid-19 no aeroporto internacional em Joanesburgo.

Na cerimónia estiveram também o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, o embaixador da República da Índia na África do Sul, Jaideep Sarkar, e a diretora da biofarmecêutica Biovac, Morena Makhoana.

Após o desembarque, o primeiro lote de um milhão de doses foi depois transportado sob fortes medidas de segurança para um local não identificado, segundo a televisão sul-africana.

A Biovac foi criada, em 2003, através de uma parceria entre o Governo sul-africano e investidores privados, “para estabelecer a capacidade local de fabricação de vacinas”, disse em comunicado a presidência sul-africana, salientando que a empresa “desempenhará um papel importante na garantia da qualidade, armazenamento e distribuição das vacinas covid-19″.

A primeira vacina a estar disponível na África do Sul foi fabricada pelo Instituto Serum da Índia (SII, na sigla em inglês), que foi licenciado para produzir uma vacina desenvolvida pela multinacional farmacêutica e biofarmacêutica AstraZeneca, em colaboração com a Universidade de Oxford.