De acordo com a agência de notícias AP, que cita a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura em Moçambique (FAO, na sigla inglesa), a praga de gafanhotos no Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué não está relacionada com o outro surto na África Oriental.
No entanto, e apesar de serem menores em dimensão, estes surtos na África Austral precisam de ser atacados de imediato para prevenir a escalada para um problema de segurança alimentar, já que os agricultores ainda estão na ressaca da seca do ano passado e estão ainda sob efeito das medidas de combate à pandemia da COVID-19.
“Estes insetos podem comer num só dia alimentos suficientes para alimentar 2.500 pessoas”, lê-se no documento citado pela AP, que admite que o lançamento de pesticidas é a única arma eficaz, mas alerta que “a situação é agravada pelo difícil acesso e pela sensibilidade ecológica de algumas das áreas afetadas”.
Em meados de agosto, o representante da FAO em Moçambique tinha defendido uma resposta conjunta entre os países da África Austral para fazer face à praga de gafanhotos na região, alertando para a sua rápida propagação.
Os “insetos deslocam-se muito rapidamente e podem atravessar as fronteiras sem que ninguém perceba em menos de 24 horas. Portanto, esta parte da coordenação regional é uma componente muito importante para travar a propagação”, disse Hernâni Coelho da Silva, em entrevista à Lusa em Maputo.
Na África Austral, além de Maláui e Tanzânia, a praga do “gafanhoto vermelho” já afeta quatro distritos de duas províncias de Moçambique, nomeadamente Sofala e Niassa.
Comentários