Portugal está neste momento em na última subfase da fase laranja do plano de contingência para a COVID-19, ou seja, está em fase de "contenção alargada" com "casos importados em Portugal" e "sem cadeias secundárias", o que configura um "risco moderado de propagação local da doença em Portugal".
A subfase que se segue, 3.1, a primeira da fase vermelha, será a de "mitigação" com "transmissão local em ambiente fechado" e será aí que em certos casos os indivíduos sem sintomas poderão precisar de usar máscaras de proteção.
O esclarecimento é avançado pela TSF que cita fonte da Direção-geral da Saúde (DGS).
Será nesta fase vermelha que "as cadeias de transmissão da COVID-19 já se encontrarão estabelecidas em Portugal, tratando-se de uma situação de epidemia/pandemia ativa. Neste contexto, as medidas de contenção da doença são insuficientes e a resposta é focada na mitigação dos efeitos da COVID-19 e na diminuição da sua propagação, de forma minimizar a morbimortalidade e/ou até ao surgimento de uma vacina ou novo tratamento eficaz".
A diretora-geral da Saúde afirmou ontem que as medidas de contenção da propagação do novo coronavírus em Portugal estão a funcionar, mas ressalvou que o país tem de estar preparado para "todos os cenários". Segundo Graça Freitas, que falava em conferência de imprensa em Lisboa, a situação em Portugal "está relativamente controlada", uma vez que o país "não tem tido uma explosão de casos positivos" de infeção, pelo que "a contenção está a funcionar".
Apesar disso, a diretora-geral da Saúde frisou que o país tem de estar preparado para enfrentar "todos os cenários", assinalando que "o padrão de disseminação da doença" COVID-19, causada pelo novo coronavírus, "é diferente em diferentes países".
Critérios de "identificação de caso" foram alargados
Os critérios para realizar um teste para despistar o novo coronavírus foram alargados. Quem tiver uma doença respiratória grave, como a pneumonia, passa a realizar o teste de despistagem para a COVID-19. A doença respiratória grave passa assim a juntar-se à lista de critérios onde se incluíam já os sintomas compatíveis com a doença.
Graças Freitas reiterou, ladeada pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que as medidas de contenção da propagação do novo coronavírus serão adotadas proporcionalmente ao risco de infeção.
A diretora-geral da Saúde exemplificou que, caso haja um agravamento da situação epidemiológica em Portugal, poderá ser necessário "suspender a atividade clínica não urgente" para libertar mais camas de internamento hospitalar e mais médicos e enfermeiros para cuidarem de doentes com COVID-19.
De acordo com Graça Freitas, o plano nacional de contingência para a COVID-19 estipula que os recursos, como hospitais e laboratórios, e as "reservas estratégicas" de medicamentos e equipamentos de proteção individual sejam adaptados à medida que "a doença evolui, por fases".
Neste contexto, considerou 05 de março (quinta-feira passada) como a "data adequada para abertura de concurso" para compra de material de proteção individual, sublinhando que a aquisição de novos equipamentos vai sendo feita em função da disponibilidade de 'stock' dos fornecedores.
"Não se coloca a questão financeira", assegurou o secretário de Estado da Saúde, afastando a possibilidade de falta de dinheiro do Estado para a compra desse material.
Em Portugal há 39 pessoas com COVID-19, mais nove do que no domingo. A maioria dos casos está na região Norte, "foco mais ativo" da infeção e que está ligado a um doente proveniente de Itália, país fora da China, onde começou a epidemia, mais afetado.
A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos. Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, mas mais de 62 mil já recuperaram. A Itália tornou-se no país mais afetado fora da China, com 463 mortos e mais de 7.900 contaminados, estando cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país. O novo coronavírus é uma família de vírus que pode provocar infeções respiratórias, como pneumonia.
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