18 de outubro de 2013 - 11h27
Um especialista sa Agência Europeia do Ambiente (EEA) defendeu hoje que Portugal avançou na redução de emissões de gases com efeito de estufa, na eficiência energética e na aposta nas energias renováveis, mas ainda há espaço para melhorias.
"Entre 1999 e 2005 houve um forte crescimento económico, que levou a mais utilização de energia, de automóveis individuais e transportes, o que resultou em mais emissões, na última década houve estabilização, mas desde 2005 houve redução, realçada pela recessão económica", resumiu François Dejean.
O coordenador do relatório sobre "Tendências e projeções na Europa em 2013" na redução de emissões de gases com efeito de estufa, eficiência energética e energias renováveis, divulgado na semana passada, disse à agência Lusa que, "de acordo com as projeções do Governo português, as emissões vão continuar a descer em Portugal pelo menos até 2020".
"Esta é uma perspetiva positiva e esperamos que as políticas em vigor sejam completamente implementadas para que as emissões continuem realmente a diminuir", realçou o responsável de projetos na área da mitigação das alterações climáticas.
O responsável da EEA referiu que, segundo o Governo português, "parece ter havido reduções importantes de emissões nos transportes, o que é muito positivo".
Entre as medidas que podem contribuir para reduzir emissões está o incentivo à eficiência dos carros utilizados e a opção por transportes públicos, ou a definição de impostos sobre veículos privados, mas também a mudança nos consumos em casa.
Questionado acerca da possbilidade de Portugal voltar a aumentar as emissões quando a situação económica melhorar, respondeu que é difícil prever, mas que depende dos esforços feitos pelo Governo e pelos cidadãos.
"Alguns países mantiveram a redução de emissões mesmo com o PIB (Produto Interno Bruto] a crescer, não vejo porque não seria possível também para Portugal", salientou.
UE no bom caminho
O relatório da EEA concluiu que a União Europeia está no bom caminho para cumprir as metas definidas para 2020 na redução das emissões de dióxido de carbono, mas existem situações diferentes de país para país.
"Não há algum país que seja óptimo em todas as áreas", referiu François Dejean.
No final do ano passado, a UE tinha reduzido a sua contribuição para as emissões de gases responsáveis pelas alterações climáticas, nomeadamente a subida da temperatura média do planeta, em cerca de 18% em comparação com a situação de 1990.
"Estamos perto da meta de redução de 20% nas emissões fixada para 2020", salienta a EEA, no seu relatório.
"Portugal ainda necessita de aumentar a utilização de energias renováveis" já que, embora tenha atingido a meta fixada pela UE, não chegou ao objetivo mais ambicioso que estabeleceu para 2012-2013.
Assim, "não podemos fazer um balanço muito positivo, não é uma imagem negativa, mas ainda não é um retrato positivo", disse o especialista da EEA, realçando que "foram feitos progressos"
Quanto à eficiência energética, em Portugal "houve alguns progressos na redução do consumo de energia", mas "ainda há potencial para desenvolver políticas" em setores como a produção de eletricidade, informação e aconselhamento ao consumidor.
Lusa