20 de fevereiro de 2013 - 14h15
A exposição à poluição do ar conduz ao aumento da mortalidade das pessoas com enfarte do miocárdio ou angina de peito, segundo um estudo publicado hoje na revista European Heart Journal.
Tendo por base 154.204 doentes britânicos hospitalizados entre 2004 e 2007 após um acidente cardíaco, o estudo mostrou que a taxa de mortalidade aumentava ao mesmo tempo que crescia a exposição às partículas finas PM 2,5 (partículas no ar com um diâmetro igual ou menor que 2,5 micrómetros, ou seja, 30 vezes menor que o de um cabelo).
Estas partículas, que penetram no aparelho respiratório mais profundamente que as partículas maiores, tem origem principalmente na circulação automóvel e na indústria. A taxa de partículas finas é expressa em microgramas por metro cúbico.
“Descobrimos que por cada subida de 10 microgramas por metro cúbico de PM 2,5, a taxa de mortalidade aumentava 20 por cento”, precisou Cathryn Tonne, que codirigiu o trabalho com Paul Wilkinson, ambos epidemiologistas.
Os dois investigadores calcularam que a taxa de mortalidade teria sido reduzida em 12 por cento se os pacientes não tivessem sido expostos à poluição atmosférica, enquanto 4.783 mortes teriam ocorrido mais tarde.
A poluição do ar é fortemente suspeita de ter um papel nas doenças cardíacas, mas pouco estudos analisaram o seu impacto na sobrevivência após um enfarte do miocárdio.
“A mensagem mais importante é que a redução da poluição nas zonas metropolitanas diminui a mortalidade cardiovascular num período de apenas alguns anos”, assinalou Pier Mannucci, professor da Universidade de Milão e uma autoridade europeia em trombose, num comentário ao estudo.

Lusa