De acordo com esta agência das Nações Unidas, duas crianças foram infetadas por esta doença altamente infecciosa, transmitida pela água, tendo uma delas ficado paralisada.

O surto começou num vírus que sofreu uma mutação e que teve origem numa vacina, não estando relacionado com uma epidemia anterior de poliomielite que o Níger registou no ano passado, mas que já tinha sido ultrapassada, informou a OMS, através de uma declaração.

“O poliovírus continuará inevitavelmente a circular e poderá paralisar mais crianças, uma vez que não podem ser realizadas campanhas de vacinação de alta qualidade em tempo útil”, afirmou o coordenador da OMS para a erradicação da poliomielite em África, Pascal Mkanda.

Em casos raros, o vírus vivo da vacina oral contra a poliomielite pode evoluir para uma forma capaz de desencadear novos surtos entre as crianças não imunizadas. Para travar a epidemia é necessária uma vacinação mais direcionada.

No início deste mês, a OMS e os seus parceiros anunciaram que tinham de suspender as atividades de vacinação contra a poliomielite até pelo menos 01 de junho, reconhecendo que a decisão resultaria inevitavelmente na paralisia de mais crianças.

A erradicação da poliomielite exige que mais de 90% das crianças sejam imunizadas, normalmente em campanhas de massas envolvendo milhões de profissionais de saúde que quebrariam as orientações de distanciamento social necessárias para travar a propagação do novo coronavírus.

Em toda a África, 14 outros países estão a lutar para conter as suas epidemias de poliomielite, que também foram causadas por uma mutação rara do vírus na vacina oral.

Inicialmente, a meta para a erradicação da poliomielite estava traçada em 2000, um prazo que tem sido falhado e adiado repetidamente.