A cidade registou 49 infeções, nas últimas 24 horas, incluindo 16 casos assintomáticos, elevando o total da atual vaga para pouco mais de 700.

A China pratica uma política de ‘zero casos’, que inclui o isolamento de bairros ou cidades inteiras, sempre que um surto é detetado.

Chaoyang e Shunyi — os dois distritos de Pequim no centro das últimas infeções — estão paralisados. Os moradores foram instruídos a ficar em casa e os habitantes em outras áreas da cidade proibidos de entrar nas zonas afetadas.

Todos os serviços de transporte público em Chaoyang – que abriga quase 4 milhões de pessoas e muitos complexos comerciais — foram interrompidos e os funcionários de escritório estão a trabalhar a partir de casa.

O Parque Chaoyang, um dos maiores de Pequim, foi fechado até novo aviso, juntamente com a Floresta Olímpica e os parques de Shunyi.

“O número de novos casos ainda está em níveis altos”, disse o porta-voz do governo municipal de Pequim, Xu Hejian, no domingo.

“A batalha contra o vírus está num impasse. Devemos intensificar o controlo em áreas-chave”, afirmou.

Os moradores de Pequim passaram por três rodadas de testes em massa desde o início do surto, juntamente com outras medidas de precaução, para impedir a propagação da doença.

No distrito de Dongcheng — o centro cultural da cidade — as pessoas devem apresentar um resultado de teste PCR negativo feito nos sete dias anteriores para aceder a locais públicos.

As reclamações sobre a inconveniência causada pelas medidas antiepidémicas aumentaram.

Um consultor português radicado na capital chinesa, que prefere não ser identificado, disse à Lusa ter recebido ordem para ficar em casa nos próximos 17 dias, após dois moradores no seu condomínio terem testado positivo.

O condomínio, situado na zona oeste de Pequim, é composto por 12 prédios e abriga mais de cinco mil pessoas. Todos os moradores vão ter que cumprir quarentena e serão sujeitos a seis rondas de testes.

Grades foram colocadas em torno dos edifícios, para impedir a saída dos moradores, segundo fotografias partilhas pelo consultor.

“Todos os prédios foram barricados, apesar de apenas num edifício existirem dois moradores que testaram positivo”, descreveu. “Isto faz algum sentido?”, questionou.