A pandemia "vai acabar quando 70%-75% da população do nosso país, assim como do mundo, estiver vacinada e tiver anticorpos protetores", disse Alexander Gintsburg, em entrevista ao jornal pró-Kremlin Rossiskaya Gazeta.

"A vacinação deveria ser obrigatória", acrescentou, argumentando que a Sputnik V deveria ser acrescentada ao calendário nacional de vacinação.

Desde o início deste outono, a Rússia tem batido sucessivos recordes de infeções e de mortes diárias por COVID-19. Este surto foi facilitado pela baixa taxa de vacinação da população, num contexto de desconfiança para com as autoridades. Vários outros países da Europa de leste e central enfrentam as mesmas dificuldades.

Embora a Rússia conte com várias vacinas nacionais, apenas 39% dos 144 milhões de russos estão totalmente imunizados, segundo dados oficiais. Já o site especializado Gogov, estima este total em 34%.

Embora se oponha à vacinação obrigatória, o presidente russo, Vladimir Putin, apoia este tipo de medida em algumas regiões e para determinados segmentos da população.

Em junho, a cidade de Moscovo tornou a vacinação obrigatória no setor dos serviços.

Na segunda-feira, as autoridades sanitárias de São Petersburgo também ampliaram a lista de pessoas sujeitas à vacinação obrigatória, incluindo pessoas com mais de 60 anos e doentes crónicos, assim como trabalhadores do setor de transportes.

A vacinação obrigatória "não contradiz a Constituição", argumentou o presidente do Comité Constitucional do Conselho da Federação, Andrei Klichas, nesta quarta-feira, o que parece abrir caminho para a adoção da medida.

No total, até ao momento, a Rússia registou oficialmente 8.834.495 casos de coronavírus e 248.004 óbitos, tornando-se o país com mais mortes por COVID-19 na Europa.

De acordo com a agência de estatísticas Rosstat, porém, que trabalha com uma definição mais ampla de falecimentos relacionados com o coronavírus, o número total de mortes causadas pela pandemia na Rússia estava a aproxinar-se dos 450.000 no final de setembro.