
O bastonário Miguel Guimarães anunciou hoje que vai escrever à OCDE para que os médicos contabilizados nos relatórios que referem países como Portugal distingam a quantidade de clínicos que exercem no setor público e no setor privado.
Para o responsável da Ordem trata-se de uma questão de transparência e de dissipar dúvidas sobre a falta de médicos no serviço público de saúde.
Um relatório da OCDE hoje divulgado indica que, em 2015, Portugal tinha 4,6 médicos por mil habitantes, mas o documento sublinha que os dados portugueses integram a totalidade de médicos com cédula profissional e não os médicos que efetivamente exercem, o que leva a uma sobrestimação dos dados.
Segundo dados reportados pelo bastonário dos Médicos, Portugal tem atualmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS) uma média de 2,8 médicos por mil habitantes, sendo que se forem retirados os médicos internos, ainda em formação, são 1,9 médicos especialistas por mil habitantes.
“A OCDE refere os médicos de uma forma global. Não distingue o que é o setor público do privado”, refere Miguel Guimarães à agência Lusa, notando que, no caso de países como Portugal, com um Serviço Nacional de Saúde, isso é particularmente relevante.
O bastonário da Ordem dos Médicos recorda que Portugal forma mais médicos do que aqueles que são necessários, mas, enquanto isso, o serviço público de saúde tem falta de clínicos.
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