“Os mais recentes dados do Observatório Nacional da Violência Contra os Profissionais de Saúde no Local de Trabalho, organismo da Direção-geral da Saúde, revelam que só em janeiro deste ano foram já registadas 33 notificações de violência contra profissionais de Saúde”, revela hoje a SRNOM em comunicado.

No documento lembram que em 2014 foi registado um “número recorde de 531” situações de violência, o que representou “um acréscimo de mais de 160%” face às 202 notificações de 2013.

“Estes dados são extremamente preocupantes e revelam que médicos e restantes profissionais de saúde são o elo mais fraco numa cadeia de interação cuja relação é cada vez mais complexa”, alerta.

Para aquela secção da Ordem dos Médicos, os doentes estão “cada vez mais insatisfeitos e propensos a práticas de violência gratuita, injustificada e indesejada” por serem “fustigados pelos sucessivos cortes nos orçamentos familiares e confrontados com o aumento dos tempos de espera nos hospitais, bem como com taxas moderadoras elevadas”.

“A linha da frente constituída por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos e administrativos, é cada vez mais o alvo preferencial de doentes ou seus familiares que, não entendem a pressão inaceitável a que os profissionais de saúde são submetidos em virtude de uma política errada de Saúde mais preocupada com os números do que com as pessoas”, criticam os responsáveis.

A secção regional destaca também as “queixas feitas por médicos” sobre “o clima de conflitualidade que muitas vezes se vive” nos serviços onde “inúmeras vezes, um único vigilante ou segurança privado serve de proteção aos profissionais de saúde”.

Por não ser “uma realidade nova”, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos “exorta todos os conselhos de administração das diferentes unidades de saúde para que tomem medidas efetivas e urgentes no sentido de melhorar as condições de segurança dos seus profissionais”.

Aos médicos, o Conselho Regional apela a que “continuem a denunciar às autoridades competentes” todas as agressões de que sejam alvo no decurso do exercício da sua profissão”.