23 de abril de 2014 - 15h32
A Organização Mundial da Saúde rejeitou hoje as acusações dos detratores das vacinas, que afirmam não servirem para nada e serem arriscadas e consideram que o corpo se defende melhor se não estiver vacinado.
"O impacto das vacinas na vida das pessoas é certamente uma das melhores coisas que já se viram", declarou o responsável da divisão de vacinas da OMS, Jean-Marie Okwo-Bele.
A oposição às campanhas de vacinação de crianças contra doenças contagiosas, como a rubéola ou a tosse convulsa, aumentou nos últimos anos, nomeadamente nos EUA e no Reino Unido.
Os opositores contestam a necessidade de vacinação e alguns afirmam haver uma ligação entre o autismo e a vacina contra a rubéola, associação rejeitada pela maioria do mundo científico.
"Tentamos determinantemente conter, reverter esta tendência", declarou Okwo-Bele à imprensa em Genebra. "Temos uma grande proporção de pessoas que acreditam nas vacinas, eles devem ajudar-nos a transmitir a nossa mensagem", acrescentou.
A OMS acredita que para esta tendência contribui o total ou quase completo desaparecimento de muitas doenças graves nos países ricos, que leva a alguma complacência por parte da população.
"O importante na complacência é que o número de pessoas suscetíveis que resistem ou rejeitam os factos vai aumentar, e as doenças vão voltar, como se pode ver nos EUA com o sarampo e a tosse convulsa", disse a especialista da OMS em imunização Tracey Goodman.
Segundo Okwo-Bele, não é por uma doença ter quase desaparecido que se deve parar a vacinação.
"No caso da poliomielite, não é por não haver casos há 10 ou 15 anos que deixou de haver riscos”, afirmou.
As declarações surgem na véspera do arranque da Semana Mundial da Vacinação, que a OMS organiza entre 24 e 30 de abril.
Já hoje a organização alertara, em comunicado, que mais de 22 milhões de crianças em todo o mundo, cerca de uma em cada cinco, estão atualmente por vacinar contra doenças básicas.
Sob o lema “Imunização para um Futuro Saudável. Saber, Verificar, Proteger”, a semana da OMS visa apelar às pessoas que saibam mais sobre quais as vacinas necessárias, verifiquem se a imunização das suas famílias está atualizada e procurem os serviços de vacinação para proteger todos os familiares.
SAPO Saúde com Lusa