“O vírus ainda está entre nós, por isso, é importante tomar medidas para proteger a saúde dos cidadãos”, disse hoje Scholz, numa intervenção durante o debate no Bundestag (câmara baixa do parlamento) sobre as medidas incluídas no projeto de lei elaborado pelos social-democratas, Verdes e Partido Liberal (FDP), formações que possuem votos suficientes para que a legislação seja aprovada.

“Devemos tomar muitas medidas necessárias para superar este inverno. Devemos proteger o nosso país do inverno”, declarou o atual vice-chanceler e ministro das Finanças.

O anúncio das medidas surge após o Instituto Robert Koch (RKI) ter divulgado um novo recorde de casos na Alemanha, que registou nas últimas 24 horas um total de 50.196 contágios e tem uma incidência semanal de 249,1 casos por cem mil habitantes.

Nas últimas 24 horas, o país contabilizou ainda 235 mortes provocadas pela covid-19, segundo o RKI.

Os dados confirmam a tendência de alta das últimas semanas no país, que tem a sua taxa de vacinação praticamente estagnada. Até terça-feira, 69,8% da população alemã havia sido vacinada com pelo menos uma dose, 67,3% tem o esquema vacinal completo.

Scholz – que está a negociar uma coligação com os Verdes e o Partido Liberal (FDP) – disse que muitas pessoas não querem ser vacinadas, por isso é importante não abandonar os esforços para acelerar a campanha de vacinação.

“O mais importante é não parar os esforços (…). Muitas pessoas não estão convencidas e temos que lançar uma grande campanha para que mais pessoas sejam vacinadas”, disse.

Scholz apelou ao cumprimento das regras já existentes, como o uso de máscaras ou a apresentação de certificados de vacinação em determinados locais, e defendeu a necessidade de retorno aos testes gratuitos para viabilizar outras medidas.

“Muitos querem prescindir de algumas regras, continuamos a considerá-las necessárias”, afirmou.

Scholz referiu ainda a situação nos lares e disse que o que aconteceu no inverno de 2020 não se pode repetir, assim, será imposta a obrigatoriedade de testes diários não só para os trabalhadores, mas também para os visitantes.

No local de trabalho, de acordo com a nova lei, será obrigatório estar vacinado ou apresentar teste negativo diário.

No projeto de lei, segundo Scholz, são atribuídos poderes aos Estados federais para imporem determinadas medidas de acordo com a conjuntura regional.

“Alguns Estados federais querem que apenas os vacinados tenham permissão para entrar em restaurantes ou cinemas. Parece-me uma boa ideia”, disse.

A intervenção de Scholz foi a primeira em relação à crise de saúde desde a sua vitória nas eleições gerais de 26 de setembro.

O responsável pela resposta a Scholz foi o chefe do grupo parlamentar da União Democrata-Cristã (CDU), Ralph Brinkhaus, que criticou o facto de não ter sido pensado o prolongamento do estado de alerta epidemiológico a nível federal, que expira a 24 de novembro.

Diante disso, a copresidente do grupo parlamentar dos Verdes, Katrin Göring-Eckhardt, respondeu que a nova lei é necessária porque o Governo anterior, ainda em funções, não tomou medidas para quando aquela situação jurídica terminasse.

“Dizer outra coisa é mentir e é rasteiro”, retrucou Göring-Ekchardt a Brinkhaus.