O 62.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) começa na quinta-feira e prolonga-se até sábado, e, segundo o presidente da entidade, Fernando Falcão Reis, a rede de consultórios de oftalmologistas é um dos pontos altos do encontro da especialidade que se realiza numa unidade hoteleira de Vilamoura, no concelho de Loulé, distrito de Faro,

“Este congresso ficará marcado pelo anúncio público de uma associação, denominada CO.ES.O, que é a contração de Consultórios de Especialistas de Oftalmologia. É uma associação de direito privado de médicos oftalmologistas, inscritos na SPO, que tentará promover uma saúde oftalmológica mais acessível a toda a população portuguesa”, afirmou o presidente da SPO. 

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Falcão Reis explicou que a associação CO.E.SO vai ter uma aplicação disponível para telemóveis a partir de 01 de janeiro, onde a população poderá ver, através de geolocalização, qual é o oftalmologista mais próximo e marcar uma consulta em qualquer consultório da rede durante 12 horas por dia, sete dias por semana.

Isto permitirá, considerou, a “defesa da profissão, por um lado, e a promoção de uma saúde oftalmológica mais acessível a toda a população portuguesa, por outro”.

A mesma fonte criticou a “crescente implantação no país dos chamados técnicos de optometria, que se apresentam frequentemente como especialistas da visão, numa usurpação de um termo que até agora era exclusivamente utilizado por médicos”, e considerou que estes profissionais são “uma ameaça à saúde ocular dos portugueses”, porque “não têm formação na área médica”.

“A associação vai promover a marca CO.ES.O para que as pessoas façam o contacto com o médico através da associação e tenham a garantia que são vistos por médicos”, argumentou Facão Reis, frisando que a associação de consultórios oftalmológicos “pode representar um número mais alargado de oftalmologistas” e “negociar em condições mais vantajosas as remunerações” que são pagas quer por seguradoras, quer pelos subsistemas de saúde.

O objetivo final “é ter força suficiente para oferecer ao Ministério da Saúde uma alternativa viável e credível para responder aos problemas dos cuidados primários de oftalmologia”, libertando os hospitais - os únicos prestadores públicos de cuidados de saúde ocular - das consultas para permitir que se concentrem nas intervenções de urgência e mais complicadas. 

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O presidente da SPO disse querer “ajudar a resolver os problemas das listas de espera”, estimando que há em Portugal cerca de mil oftalmologistas, dos quais metade só exerce no privado, e considerou que, se todos aderirem à CO.ES.O, a associação de consultórios de oftalmologia pode vir a representar uma rede de 500 prestadores de cuidados primários espalhados por todo o país.

“Se conseguirmos cativar o interesse desses consultórios, está garantida uma rede nacional de cuidados primários, com locais de atendimento, que é o que falta no país, porque os centros de saúde há décadas que não têm oftalmologia, os doentes estão dependentes dos hospitais e, por isso, todos os hospitais têm listas de espera superiores a um ano”, sustentou.

Falcão Reis disse ainda que o tema deste congresso será a inovação e o foco vai também estar posto “no que é novo em termos de diagnóstico, tratamento e cirurgia oftalmológica”, destacando também o facto de o encontro ser, “pela primeira vez, na área da oftalmologia, acreditado pela União Europeia de Médicos Especialistas”.