Os linfomas não Hodgkin (LNH) são os mais comuns das neoplasias hematológicas, representam, contudo 4 % de todas as outras neoplasias, com uma incidência estimada em cerca de 19 novos casos por 100.000 mil habitantes, com uma mediana de idade ao diagnóstico de 67 anos.

Os linfomas são definidos, segundo uma classificação da Organização Mundial da Saúde, em inúmeras entidades anatomo-clínicas, fenotípicas e moleculares. 

Clinicamente podemos dividi-los em agressivos, os alto grau (como linfoma difuso de grandes células B) que requerem tratamentos imediato e os indolentes (como linfoma folicular) de baixo grau com uma programação atempada do tratamento.

A clínica enquadra sintomas gerais, como falta de forças, emagrecimento, hipertermia, sudação / transpiração intensa, ou queixas específicas de órgão se há envolvimento deste, por exemplo dores de estômago, tosse, etc. 

Independentemente destas queixas pode haver o aparecimento de gânglios que aumentam de volume ou de órgão que aumentam de tamanho como o baço ou o fígado. O diagnóstico requer quase sempre biopsia de gânglio ou de órgão para sua caracterização.

Os linfomas têm que ser estadiados para saber a extensão da doença, com análises gerais e especificas, métodos de imagem, como TAC ou Ressonância ou PET/CT. Com estes estadios, definimos doença precoce ou avançada e índice de prognóstico. Com estes resultados, estratificamos a doença, para a incluir nos protocolos de tratamento  que incluem a quimioterapia, imunoterapia e ou a radioterapia. Todos os tratamentos têm como finalidade levar a uma resposta (desaparecimento de sintomas, gânglios, etc.), mas sabemos que há alguns doentes que recaem, e que nestes, retratamos com transplantação de medula ou outras terapias celulares.

Com esta estratégica terapêutica podemos curar alguns doentes e transformar uma doença oncológica numa doença crónica com uma boa perspetiva de sobrevivência.

Um artigo do médico Fernando Príncipe, hematologista no Hospital Lusíadas Porto.

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