“Na área de enfermagem, o número de profissionais ainda está longe das necessidades, o que faz com que determinadas valências, nomeadamente a área dos cuidados continuados de saúde, sejam penalizadas. Apesar do número de camas contratualizadas ser efetivamente ocupado, a realidade é bem diferente”, declarou o deputado PSD/Açores Luís Maurício aos jornalistas.

Os deputados do PSD/Açores eleitos por São Miguel para o parlamento dos Açores visitaram hoje o Centro de Saúde de Ponta Delgada, tendo Luís Maurício exemplificado com o Centro de Saúde de Vila Franca do Campo, em que das 20 camas disponíveis para cuidados continuados apenas oito estão ocupadas, enquanto na Ribeira Grande das 25 camas apenas 18 estão a ser utilizadas porque o número de enfermeiros é “manifestamente insuficiente”.

“O número de assistentes está também em larga medida ocupado por programas ocupacionais o que gera instabilidade do corpo assistencial deste tipo de doentes”, adiantou o parlamentar.

Luís Maurício referiu que existem enfermeiros que exercem a profissão com recurso a horas extraordinárias que “põem naturalmente em causa a segurança e a qualidade da própria prestação dos cuidados face à exaustão registada após algumas horas de trabalho, que ultrapassam, em muito, a sua carga horária semanal".

Considerando que a procura na área dos cuidados continuados é grande, e exemplificando que existem camas no hospital de Ponta Delgada ocupadas por doentes de cuidados continuados, o deputado social-democrata defendeu uma “aposta grande na admissão de novos enfermeiros no Serviço Regional de Saúde e no que à ilha de São Miguel respeita”.

O parlamentar recordou que em 31 de dezembro de 2016 a Ordem dos Enfermeiros referiu que em São Miguel existiam menos 106 enfermeiros, sendo que 26% destes profissionais se encontravam em situação precária, em programas ocupacionais.

Apesar de terem aberto 20 vagas no hospital de Ponta Delgada e estar a decorrer um concurso para a aquisição de 15 enfermeiros para a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, este valor é “manifestamente insuficiente”.