Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas na Cidade do Futebol, Oeiras, após o lançamento do plano da Organização Mundial da Saúde para a atividade física para o período 2018-2030.

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As declarações do ministro da Saúde surgiram em resposta a um estudo segundo o qual mais de 500 anestesistas estão em falta nos hospitais públicos portugueses, apesar de o número destes profissionais ter crescido desde 2014.

O ministro realçou que o país tem hoje mais anestesistas do que em 2017 ou "há dois e três anos", considerando que o número está a "evoluir positivamente".

"São suficientes? Ainda não são", reconheceu, assinalando que "não vale a pena iludir as pessoas com soluções fáceis, rápidas e imediatas que não existem".

Sem concretizar medidas, Adalberto Campos Fernandes disse que há cinco especialidades médicas carenciadas, incluindo a anestesiologia, cuja preocupação do Governo é "formar mais e contratar assim que possível".

De acordo com o estudo, publicado na Ata Médica Portuguesa, faltam 541 anestesistas nos hospitais públicos, quando as necessidades de especialistas são crescentes.

O estudo - Censos de Anestesiologia 2017 - analisou a realidade em 86 hospitais do Serviço Nacional de Saúde e foi realizado pelo colégio de especialidade da Ordem dos Médicos, permitindo fazer uma comparação com o mesmo trabalho efetuado em 2014.

A Ordem dos Médicos considera inaceitável que o Ministério da Saúde continue a obrigar os anestesistas a fazerem 18 horas semanais de serviço de urgência, impedindo assim o aumento da capacidade cirúrgica em Portugal.

O bastonário Miguel Guimarães defendeu, em declarações à Lusa, que a redução de 18 para 12 horas semanais em urgência, voltando-se a cumprir o que estava estabelecido antes da intervenção da 'troika', iria "aumentar a capacidade cirúrgica no país". As horas que os anestesistas deixassem de cumprir em serviço de urgência passavam a ser cumpridas em bloco operatório.

Em resposta, o ministro da Saúde invocou hoje, na Cidade do Futebol, que "há mais atividade cirúrgica este ano do que no ano passado e há dois anos" e que "se os médicos estão na urgência é porque fazem falta".

Adalberto Campos Fernandes referiu, sem se comprometer com prazos, que "assim que possível" serão criadas "condições para que a carga horária seja reduzida".