Um responsável do ministério confirmou à agência France Presse que se trata de um recorde de infeções diárias no Estado hebreu, que já registou 35.533 casos desde o início da pandemia da covid-19, incluindo 350 mortos.

Israel, com cerca de nove milhões de habitantes, anunciou o primeiro caso do novo coronavírus a 21 de fevereiro. Até recentemente, o país vangloriava-se da sua gestão da pandemia, mas o número de novos contágios foi aumentando à medida que avançava o desconfinamento.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, admitiu numa conferência de imprensa na quinta-feira à noite a possibilidade de o desconfinamento ter ocorrido “demasiado cedo”. “Assumo a responsabilidade”, adiantou.

“Estamos no meio de uma tempestade mundial que vai crescendo. Estamos no meio de uma segunda vaga”, lamentou o chefe do governo israelita, antes de apresentar o seu plano para combater a crise económica no país ligada à covid-19.

O plano, focado nos desempregados e nas pequenas e médias empresas, prevê pagamentos mensais e estende os benefícios especiais de desemprego até junho de 2021 ou até que a taxa de desemprego, atualmente à volta dos 20%, desça pelo menos para 10%.

As empresas poderão receber de 6.000 a 500.000 shekels (1.500 a 130.000 euros), de acordo com a sua dimensão e os prejuízos causados pela crise.

O Governo israelita decidiu hoje encerrar vários bairros em cinco cidades do país, entre outros na zona oeste de Jerusalém, com alto índice de contágio. A partir de hoje à tarde e durante sete dias, os bairros em causa terão acesso restrito e restrição de movimentos no seu interior.

Na terça-feira foram restabelecidas algumas restrições em Israel, como o encerramento de bares e ginásios, além de se limitar o número de pessoas em locais públicos e de aumentar a multa para os que não usam máscara.

No mesmo dia, Sigal Sadetzki demitiu-se do cargo de diretora dos serviços públicos no Ministério da Saúde, denunciando “o fracasso” das autoridades em travar a propagação do vírus em Israel.

A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan (China), já provocou quase 551 mil mortos e infetou mais de 12,12 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo um balanço da agência France Presse.