Na reunião camarária privada de quarta-feira (29.06), a autarquia aprovou – com os votos contra do PCP e do CDS, a abstenção de dois vereadores do PSD e os votos favoráveis de um vereador social-democrata e da maioria socialista (que inclui o movimento Cidadãos por Lisboa) – o projeto de arquitetura do novo hospital privado da José de Mello Saúde, abrangendo a Avenida 24 de Julho e a Rua de Cascais.

Com a construção do hospital, que deverá abrir ao público em 2018, preveem-se também “pequenos desvios” no sentido Belém-Cais do Sodré, explica o diretor municipal de Urbanismo, Jorge Catarino Tavares. “Quem vem de Cascais e quer ir para o centro, […] inflete na Avenida da Índia para a Rua do Cais do Alcântara e depois pode virar logo a seguir para a Avenida 24 de Julho”, contornando o hospital, precisou.

Projeto CUF Tejo

O projeto do denominado CUF Tejo prevê a demolição das instalações municipais ali existentes (razão que levou o PCP a votar contra, devido à já concretizada saída dos trabalhadores) para construir um edifício com 143 quartos e para criar 800 lugares de estacionamento.

A partir da Rua do Cais do Alcântara, será também possível virar para a Avenida de Ceuta, acrescentou Jorge Catarino Tavares.

Ao mesmo tempo, será eliminado o ramo de acesso das docas de Alcântara à Avenida 24 de Julho. “E depois é a mesma coisa: ou se vai para a Avenida de Ceuta ou para a Avenida 24 de Julho”, assinalou Jorge Catarino Tavares.

O objetivo é, segundo o responsável, “evitar que as pessoas entrem no centro da cidade pela frente ribeirinha”, passando “a usar as circulares” da cidade.

Opinião diferente tem o vereador social-democrata António Prôa, que vincou que as alterações vão “sobrecarregar” as vias adjacentes, como a Rua de Cascais e o “já problemático” acesso à Ponte 25 de Abril. “Há alterações muito significativas. Vamos, seguramente, ter ali uma situação de conflito que vai complicar o trânsito”, alertou.

No encontro, foi também aprovada a delimitação da unidade de execução da Praça de Espanha, prevendo a requalificação da zona (com o reordenamento do tráfego e a criação de espaços verdes), que não avança até 2017.

A proposta contou com o voto contra do PCP, a abstenção do CDS-PP e os votos favoráveis do PSD e da maioria socialista.

Por sugestão do CDS, a proposta passou a prever que a solução viária prevista não seja definitiva, enquanto o PSD introduziu a salvaguarda da existência de faixas bus e de acessos pedonais e a não sobrecarga dos bairros residências adjacentes.

O comunista Carlos Moura disse à Lusa que “a maioria no executivo tentou meter-se por um atalho [com esta proposta], que não só não resolve o assunto, como doravante vai trazer novos problemas”.

Foi adiada a proposta relativa à reformulação do nó rodoviário entre o Campo Grande e a Segunda Circular, prevendo a criação de um viaduto para realizar esta ligação e de um novo ramo até à Avenida Padre Cruz. Adiada foi também a adjudicação da requalificação da Segunda Circular entre o nó da Buraca e o Aeroporto, que passou dos 12 milhões de euros anteriormente previstos para 9,5 milhões (incluindo o Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA).