Leva à cirrose e, em casos mais extremos, pode estar na origem de cancro do fígado. A colangite biliar primária, uma doença rara do fígado, atinge entre 1.000 a 2.000 portugueses, muitos deles vítimas de cansaço, segundo estimativas dos especialistas. Um novo fármaco à base de ácido obeticólico, que acaba de ser aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, vem aumentar a esperança.
Este ácido é um medicamento para o tratamento da patologia, que consiste na toma de um comprimido por dia. O anterior envolve a toma de quatro a cinco doses. A toma pode ser para toda a vida, «dado que não se consegue a cura da doença, mas antes a sua estabilização no sentido da não progressão para cirrose e melhoria dos sintomas», explica Helena Cortez Pinto, especialista em gastrenterologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte/HSM.
O novo medicamento «aumenta o transporte dos ácidos biliares para fora do fígado e suprime a sua produção neste orgão, reduzindo assim a exposição do fígado a níveis tóxicos desses ácidos. O tratamento demonstrou reduzir os níveis sanguíneos de bilirrubina e ALP (marcadores de danos hepáticos) em doentes com colangite biliar primária, incluindo os que não podem ser tratados com a terapêutica mais antiga», sublinha a especialista.
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