Em declarações à Lusa, Ana Reis, investigadora do INEGI responsável pelo projeto, contou que tudo surgiu a "partir da identificação de uma necessidade" por parte de uma empresa de produtos de higiene sediada no Norte do país, que recorreu ao INEGI para a criação do equipamento.

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"A empresa contactou-nos e explicou-nos que procurava um sistema que pudesse dispensar toalhetes e que, ao mesmo tempo, estando incorporado no próprio urinol, fizesse a limpeza antibacteriana", afirmou.

Ao lado do urinol

O "cleanman", que segundo a investigadora, foi desenvolvido com o propósito de ser o "menos intrusivo possível para os utilizadores", é colocado ao lado do urinol e integra um sistema "inteligente e automatizado".

Cleanman
Cleanman, o protótipo do produto

Assim, após usarem o urinol, "os homens retiram uma toalhita, fazem a sua higiene e colocam-na no vaso coletor, que vai automaticamente esconder os resíduos e ativar a descarga para a higiene do urinol e do cesto onde são colocadas as toalhitas", explicou Ana Reis.

Segundo a investigadora, apesar do sistema incluir "funcionalidades que já existem", é o único que "incorpora tudo num só produto", tornando-se assim "inovador em termos de hábitos".

"Tentamos criar um sistema do qual se conseguisse tirar um toalhete sem tocar em nada, sem odor e sem contacto visual. No fundo, a nossa ideia foi incorporar tudo num só produto, de maneira a ser também mais apelativo para o utilizador", frisou.

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Testado e aprovado

Ana Reis adiantou à Lusa que o "cleanman", apesar de ser ainda "um protótipo", já foi testado no instituto e num restaurante em Ovar, distrito de Aveiro, onde os resultados "foram surpreendentes".

"O equipamento esteve várias semanas em teste, contávamos as pessoas que entravam, fazíamos a contagem do consumo de papéis e depois fazíamos algumas entrevistas, para termos uma ideia da utilização. Os resultados foram bastante interessantes, a maioria dos homens disseram-nos que esta ideia já deveria ter sido feita e que era realmente uma necessidade", contou.

A equipa do INEGI, que já submeteu o pedido de patente europeia, está neste momento a estabelecer contactos com eventuais parceiros para "comercializar o equipamento".

"Este é um produto que torna também a higiene masculina mais eficiente, e que permite melhorar a higiene das casas de banho públicas masculinas", acrescentou.