O projeto "TO2 – Postos de medição sem contacto de saturação de oxigénio e temperatura" visa desenvolver e integrar sensores em postos portáteis para medição sem contacto de dois parâmetros fisiológicos indicadores da Covid-19, em locais de acesso onde é maior a probabilidade de aglomeração de pessoas. Particularmente, locais onde é mais difícil assegurar o cumprimento rigoroso das recomendações sanitárias ou de distanciamento social, como transportes públicos, aeroportos, escolas, empresas, centros comerciais, conferências, eventos, espetáculos, e mesmo hospitais (triagens), entre outros.

Desta forma, será possível identificar precocemente potenciais infetados com Covid-19 e atuar mais cedo, diminuindo o risco de transmissão comunitária do novo coronavírus e melhorando a eficácia dos tratamentos. Além disso, a medição sem contacto, aliada ao cumprimento das normas sanitárias das entidades competentes, previne possíveis contágios indiretos através do próprio dispositivo.

Os dois parâmetros a serem medidos pelo novo dispositivo são o nível de saturação de oxigénio (SpO2) diminuído e a temperatura corporal elevada. Os pacientes infetados com o novo vírus registam níveis extraordinariamente baixos de oxigénio no sangue (SpO2), mesmo sem revelarem dificuldade respiratória, condição que tem vindo a ser chamada de "hipóxia silenciosa" ou "feliz", como relata um estudo publicado na Science.

De entre os muitos factos surpreendentes do novo coronavírus, este parece desafiar os princípios da biologia básica e da medicina. Na maioria das doenças pulmonares, como a pneumonia, a baixa SpO2 ​acompanha outras alterações estruturais dos pulmões, ou níveis crescentes de CO2 uma vez que os pulmões não conseguem expulsá-lo com eficiência. São esses fatores que originam a falta de ar no paciente. Em contrapartida, uma SpO2 considerada normal é de 95-100%.

Avaliação de 5 na escala de 5

Da apreciação efetuada, e de acordo com o parecer emitido pelo INFARMED, o projeto TO2, copromovido pela empresa RI-TE - Radiation Imaging Technologies, a empresa Exatronic e a UA, reuniu aprovação tendo obtido uma pontuação final de 5,00 valores numa escala de 5,00. O financiamento da ANI corresponde a 476 mil euros. 

O projeto, com duração de 10 meses, tem ainda como parceiros o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. (CHBV), o Instituto de Instrumentación para Imagen Molecular/Universitat Politècnica de València e a empresa Insulcloud, SI, empresa de base tecnológica pioneira do desenvolvimento de dispositivos de última geração para o controlo e monotorização de doenças crónicas.

A equipa de investigadores da UA, coordenada por João Veloso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) e diretor do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica. A equipa agrega competências multidisciplinares, sendo constituída por investigadores dos departamentos de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) - Armando Pinho, Susana Brás, João Rodrigues - Comunicação e Arte (DeCA) - Ana Isabel Veloso -, para além do Departamento de Física (DFis) - Ana Luísa Silva, Pedro Correia e o coordenador da equipa.