Os advogados de Elizabeth Holmes, considerada culpada em janeiro pelo júri de um tribunal federal de San José, Califórnia, enviaram uma carta ao juiz federal Edward Dávila, que presidiu seu julgamento, na qual indicaram que em agosto receberam uma visita do ex-diretor do laboratório da Theranos, Adam Rosendorff.

O documento explica que o cientista queria "responder honestamente às perguntas" que lhe foram feitas durante o julgamento, mas que os procuradores "tentaram apresentar todos (ex-funcionários da Theranos) como as pessoas más", e questiona a teoria de que Elizabeth Holmes queria enganar os investidores deliberadamente.

Na carta, o cientista é citado dizendo que "cometeu um erro" e agora volta a apresentar-se porque quer "ajudar" a sua ex-chefe.

Os advogados de Holmes consideram que a nova versão de Rosendorff justifica um novo julgamento, principalmente porque significaria que ele apresentou um falso testemunho perante o júri.

Holmes deverá conhecer a sua sentença a 26 de setembro e está sujeita a ser condenada a 20 anos de prisão por cada uma das quatro acusações que enfrenta.

A empresária tornou-se um dos símbolos dos excessos dentro da cultura de Silicon Valley ou Vale do Silício. Fundou a Theranos em 2003, quando tinha apenas 19 anos e passou a competir com os laboratórios tradicionais, prometendo diagnósticos rápidos e baratos através dos seus dispositivos, que recolhiam amostras tão pequenas como uma gota de sangue.

Devido ao seu carisma e confiança, Holmes conseguiu recrutar celebridades e investidores de alto nível para uma empresa que acabou por se mostrar um castelo de cartas, incapaz de produzir resultados conclusivos.