Les Milne foi diagnosticado com Parkinson quando tinha 45 anos, acabando por morrer da doença 20 anos depois. A mulher, Joy Milne, já tinha sentido mudanças no cheiro do marido antes do diagnóstico.

"O cheiro mudou. Não foi de repente, foi subtil, ele ficou com um cheiro almiscarado", recorda em declarações citadas pela imprensa internacional.

Joy Milne só percebeu que aquele odor característico estava relacionado com a doença depois de frequentar uma instituição de caridade e conviver com pessoas com o mesmo cheiro.

Depois disso, Joy Milne consultou investigadores e a Universidade de Edimburgo decidiu testá-la. "A primeira vez em que testamos Joy, usamos seis pessoas com Parkinson e seis pessoas sem a doença. Todas usaram camisolas brancas durante um dia, que depois foram dobradas e embaladas. A tarefa dela era dizer quem tinha Parkinson e quem não tinha", explica Tilo Kunath, um investigador da Parkinson Foundation do Reino Unido.

"Ela acertou em 11 de 12. Ficámos muito impressionados", afirma. Joy Milne errou apenas um diagnóstico ao associar a doença a um homem que segundo a universidade estava saudável. No entanto, meses depois os investigadores ficaram supreendidos: "Oito meses após a experiência, esse homem informou que lhe tinha sido diagnosticado Parkinson. Joy não estava certa apenas em 11, ela acertou os 12".

A doença de Parkinson é uma doença difícil de diagnosticar. Na prática, a doença ainda é diagnosticada da mesma forma que James Parkinson fazia em 1817, ou seja, observando as pessoas e os sintomas.