"Honestamente, não devem fazê-lo", alerta Fabien Boucher, cirurgião plástico francês, que participa no Congresso Imcas (International Master Course on Aging Science). "A maioria das substâncias usadas são agressivas (...) e não devem ser utilizadas em pacientes que não precisam", enfatizou o cirurgião italiano Massimiliano Brambilla.
Na Tailândia, país obcecado com a cor da pele, uma clínica reconhecida pela sua experiência em serviços de branqueamento, o Lelux Hospital, propõe há vários meses realizar procedimentos estéticos para mudar a tonalidade do pénis por um preço de 520 euros (650 dólares) repartido por cinco sessões de tratamento com laser.
"Temos cerca de 100 clientes por mês, três ou quatro por dia", afirmou em janeiro Bunthita Wattanasiri, um dos responsáveis da clínica, à AFP.
Esta nova técnica foi amplamente comentada pelos meios de comunicação tailandeses depois do centro médico divulgar imagens de um homem que se submeteu ao procedimento.
Entretanto, também o Ministério da Saúde deste país já recomendou à população que não realize a intervenção.
Perigos
Os especialistas alertam para a existência de vários perigos decorrentes do branqueamento de pénis. Ao ser realizado com ácido ou laser, pode causar queimaduras, cicatrizes, manchas ou o paciente pode inclusivamente ficar com o pénis mais escuro do que a cor inicial, refere a AFP.
Fabien Boucher destaca que até agora não foi realizado nenhum estudo válido do ponto de vista científico sobre a utilização de laser ou ácido para branquear o pénis e também ainda não foi desenvolvido nenhum produto específico para esse fim.
"A pele do pénis é extremamente específica, é fina com certas particularidades hormonais", insistiu. Além disso, a pele do pénis é naturalmente mais escura do que o resto do corpo.
No entanto, em 2016, o número de operações de alongamento de pénis diminuiu (-28%) em todo o mundo, segundo dados divulgados pela organização.
Por outro lado, foram realizadas no mundo mais de 95 mil labioplastias (redução dos pequenos ou grandes lábios) e mais de 50 mil vaginoplastias (rejuvenescimento vaginal), segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS).
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