20 de março de 2013 - 16h49
O ministro da Saúde anunciou hoje a intenção de alargar a distribuição de cheques dentista a mais pessoas, com o mesmo dinheiro, e de avançar com um programa de rastreio ao cancro oral, assim que exista financiamento.
Paulo Macedo falava aos jornalistas à margem da cerimónia do Dia Mundial da Saúde Oral, que hoje se assinala, durante a qual foram conhecidos resultados positivos sobre o programa de saúde oral em Portugal.
A este propósito, o ministro disse ser sua intenção estender a entrega dos cheques dentista a mais população, dentro do valor disponível, pois a tutela não dispõe de mais verba para este alargamento, pelo que está a negociar com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) a viabilidade desta extensão.
Ao seu lado, o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, disse que o organismo que dirige “vai ser parte da solução e do esforço”, para que o cheque dentista chegue a mais pessoas.
Orlando Monteiro da Silva explicou aos jornalistas que este alargamento poderá ser possível graças à evolução positiva registada nos últimos anos na saúde oral das crianças, o que poderá permitir que, pelo mesmo dinheiro, se consiga mais tratamentos.
Distribuição dos cheques-dentista retomada em janeiro
Com uma verba de 16 milhões de euros para 2013, a distribuição de cheques dentista foi retomada no início de janeiro, depois de ter estado suspensa cerca de dois meses, destinando-se a crianças em idade escolar, grávidas, idosos e doentes com VIH/sida.
Dados hoje divulgados na cerimónia do Dia Mundial de Saúde Oral revelam que, em cinco anos, foram realizados 4.791.623 tratamentos através de cheques dentista. Só em 2012, foram efetuados, por esta via, 1.272.265 tratamentos.
Carcinoma oral mais comum nos homens 
Paulo Macedo disse ainda ser intenção da tutela avançar com um programa de rastreio do cancro oral, uma doença que mata anualmente 500 portugueses.
Segundo o ministro, a Direção Geral da Saúde e a OMD estão empenhadas em encontrar a melhor forma de concretizar esse programa que passa, nomeadamente, pela realização de biopsias.
Segundo o diretor-geral da Saúde, Francisco George, serão necessárias 5.000 biopsias anuais, a realizar nos consultórios dos médicos dentistas e posteriormente analisadas laboratorialmente.
Este carcinoma tem uma taxa de incidência quatro vezes superior no homem comparativamente à mulher.
Com mais de mil novos casos por ano, este cancro é o sexto tumor maligno mais comum nos homens em Portugal e, dos doentes que afeta, cerca de metade morrerá nos cinco anos seguintes ao seu diagnóstico.
Apesar de inicialmente atingir indivíduos a partir dos 50 anos, este cancro atinge hoje cada vez mais pessoas a partir dos 40 anos.
“Há um aumento em indivíduos mais jovens e também uma maior incidência nas mulheres, o que se pode dever a um início precoce do consumo do álcool e tabaco, à redução da qualidade da dieta alimentar e, logo, a uma menor ingestão de legumes e frutas, assim como a alterações de comportamentos sexuais, com a transmissão do Vírus do Papiloma Humano”.
Lusa