“É verdade que no Hospital de Santa Maria estamos com grandes dificuldades e com tempos de atendimento indesejáveis. Já um pouco melhores do que o que estavam de madrugada, mas absolutamente indesejáveis”, declarou Manuel Pizarro, esta manhã, no Porto, depois de ter levado uma dose de reforço da vacina para a covid-19.
Às 11:45 de hoje, 19 doentes com pulseira amarela (urgente) tinham de esperar uma média de 11 horas e 10 minutos para serem atendidos no serviço de urgência central do Hospital Santa Maria, em Lisboa, segundo dados do Portal do Serviço Nacional do SNS.
Face ao cenário de “grandes dificuldades” nas urgências do Hospital de Santa Maria, o ministro da Saúde quis transmitir uma “mensagem de agradecimento” aos profissionais – médicos, enfermeiros e outros - pelo trabalho que estão a fazer para atender todas as pessoas.
Manuel Pizarro considera que o que está a acontecer neste momento é “um afluxo excessivo às urgências”, com a agravante de que as respostas alternativas ainda “não funcionam” como se desejaria e depois, “claro que nestes períodos de pico, as dificuldades aumentam”.
Em declarações aos jornalistas, à margem da deslocação ao Centro de Vacinação do ACES Porto para tomar a dose de reforço sazonal da vacina para a covid-19, o ministro da Saúde disse que o que está a acontecer no Hospital de Santa Maria (Lisboa) é “pontual”, quando comparado com as restantes cerca de 80 urgências que estão abertas atualmente, todavia, salienta que isso não retira “gravidade à situação”.
“Se eu comparar com as mais 80 urgências que estão abertas no país neste momento, obviamente que a situação é pontual, mas isso não diminui a sua gravidade. É uma situação muito grave na mesma, porque é evidente que se nós não estamos a atender as pessoas num tempo que é devido, isso é indesejável, mas as medidas, aos poucos, estão a produzir os seus efeitos”.
Manuel Pizarro nega que haja um “cenário de caos” nos hospitais em Lisboa.
“Não acho que haja nenhum cenário de caos. Há um cenário de dificuldades, mas as pessoas estão todas a ser atendidas”, disse o ministro da saúde.
Manuel Pizarro considera, contudo, que os utentes não estão a ser atendidos com a “prontidão que seria desejável” e deixa um “apelo à compreensão” dos utentes e seus familiares que não estão a ser atendidos com a “rapidez” que se desejaria.
“Nós estamos a ser capazes de dar respostas a todas as pessoas e hoje todos os serviços estão a funcionar em pleno", declarou.
Manuel Pizarro diz que não está conformado com a situação e, para o demonstrar, afirma que foi acionado "um vasto conjunto de medidas para melhorar a situação", designadamente pedir para as pessoas recorrerem à "Linha de Saúde 24", ou recorrerem aos "176 centros de saúde que estão a funcionar com horários complementares e horários ao fim de semana", para evitar a concentração das pessoas nas urgências.
Para melhorar a capacidade de internamento nos hospitais, Manuel Pizarro acrescentou que se está a utilizar, com o setor social, um conjunto "muito vasto de lugares" para que as pessoas não permaneçam no hospital para "além do tempo que é adequado".
Segundo Manuel Pizarro, as situações de maiores dificuldades nas urgências acontecem sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo, porque é a região onde "há mais dificuldades" nos cuidados de saúde primários, que precisam de "tempo para serem resolvidas".
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