“Confirma-se a receção, muito recentemente, de uma queixa apresentada pela mãe. A mesma deu origem a um inquérito que corre os seus termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal”, referiu fonte oficial da Procuradoria-geral da República à Lusa.
O obstetra que não detetou malformações graves num bebé que acabou por nascer sem grande parte do rosto no início deste mês, em Setúbal, tem quatro processos em curso no conselho disciplinar da Ordem dos Médicos.
A informação foi dada à agência Lusa por fonte oficial da Ordem na sequência de uma notícia do jornal Correio da Manhã, que conta que no dia 07 de outubro nasceu no Hospital de São Bernardo um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio, depois de a mãe ter realizado ecografias com um obstetra que seguia a mãe numa clínica privada em Setúbal.
Segundo a Ordem, o médico em causa tem quatro processos em instrução no conselho disciplinar sul da Ordem.
Entretanto, o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia lamenta que haja muitos médicos a fazer ecografias a grávidas sem a devida competência, lembrando que ter a especialidade de obstetrícia não é suficiente para realizar ecografias obstétricas.
De acordo com o Correio da Manhã, os pais do bebé fizeram três ecografias com o médico em causa, sem que lhes tivesse sido reportada qualquer malformação.
Só num exame feito noutra clínica, uma ecografia 5D, os pais foram avisados para a possibilidade de haver malformações. Questionaram o médico que os seguia, que lhes garantiu que estava tudo bem, conta o jornal, citando a madrinha do bebé.
O bebé, chamado Rodrigo, completa hoje 10 dias, apesar de o prognóstico inicial lhe dar apenas algumas horas de vida.
As complicações só foram detetadas depois do parto e os pais apresentaram queixa ao Ministério Publico contra o médico. Entretanto, o Correio da Manhã relata que o Hospital de São Bernardo abriu um inquérito para averiguar este caso.
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