O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considera que a responsabilidade pelo facto de nove médicos costa-riquenhos estarem desde maio sem exercer é "dos dois governos" - da Costa Rica e de Portugal -, garantindo "não poder fazer nada".
"A responsabilidade está dos lados dos dois governos porque o documento de reciprocidade depende dos governos. Se a OM pudesse fazer alguma coisa já teria feito e esses colegas já estariam a trabalhar mas a Ordem não pode fazer nada", disse à Lusa o bastonário da OM, José Manuel Silva.
O responsável disse ainda que "todos os colegas provenientes da América Latina apresentaram o documento de reciprocidade – exigido a todos os médicos de fora da União Europeia - rapidamente e sem qualquer problema", não compreendendo "o problema dos colegas da Costa Rica em apresentarem o documento".
Para resolver o problema, José Manuel Silva, que adiantou ainda que "até há pouco tempo o documento de reciprocidade não era o único em falta", entende que é necessária "uma intervenção ao mais alto nível por parte dos dois governos".
Quanto ao facto de os nove médicos da Costa Rica em Portugal desde maio estarem a receber salário mesmo sem exercerem a profissão, o bastonário acusa o Governo de José Sócrates.
"Infelizmente, o anterior Governo português autorizou a sua vinda antes do processo de inscrição estar terminado e assinou um contrato que não previu sequer a obrigatoriedade de o processo estar terminado para efetuar o pagamento. O processo foi conduzido de forma leviana, à boa maneira portuguesa", afirmou, referindo que estes contratos são válidos por três anos.
A notícia foi avançada esta manhã pela Antena 1, que adiantava que os nove médicos costa-riquenhos, adstritos ao Centro de Saúde de Torres Novas, estão a receber os ordenados desde maio mas não estão a atender utentes.
04 de outubro de 2011
Fonte: Lusa
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