A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reúnem-se hoje com o Ministério da Saúde para debaterem uma lista de reivindicações que inclui o descongelamento da progressão salarial dos médicos.

Neste conjunto de profissionais incluem-se os que optaram pelo regime de 40 horas de trabalho semanal. A FNAM e o SIM ameaçaram endurecer as formas de luta caso o Governo não manifeste abertura para negociar e "disponibilidade para a paz social".

As duas estruturas referem que as matérias em discussão nas reuniões que têm vindo a ser mantidas, "muitas delas passíveis de concretização a curto prazo", se prendem com Normas Particulares de Organização e Disciplina do Trabalho Médico; redução do tempo normal de trabalho no Serviço de Urgência (SU) de 18 para 12 horas, medida que, afirmam, "trará marcados benefícios para o SNS, possibilitando o imediato aumento do número de consultas e cirurgias".

Segurança clínica em causa

Ontem, o bastonário da Ordem dos Médicos disse que vai ter uma atitude mais forte porque em muitas unidades de saúde "está a ser colocada em causa" a segurança clínica, ameaçando responsabilizar o Ministério da Saúde pela "insegurança clínica" motivada pela má gestão na Saúde. 

"A segurança clínica está a ser posta em causa, por deficiências várias, que começam no capital humano”, afirmou Miguel Guimarães à imprensa ontem, no final de uma reunião, em Lisboa, com a ministra da Saúde, Marta Temido.

“E nós temos dito muitas vezes que a principal característica do Serviço Nacional de Saúde são as pessoas. São os profissionais de saúde que fazem a saúde todos os dias, para que os portugueses possam ter melhor qualidade de vida", declarou.

Segundo o bastonário, as deficiências não são só ao nível do capital humano, mas também ao nível das condições físicas de trabalho, de equipamentos e dispositivos.