Segundo a responsável, “em Portugal, a técnica de Vecchietti tem sido utilizada no Serviço de Ginecologia do CHUC desde 2006, com recurso a cirurgia minimamente invasiva”.
Fernanda Águas explicou que “a primeira tentativa de criação de uma vagina terá sido realizada por Dupuytren em 1827” e, desde aí, “foram seguidos vários métodos/técnicas para ampliar ou criar uma vagina em casos de malformação congénita” desse órgão.
“A técnica cirúrgica que, segundo a literatura especializada, tem apresentado resultados mais satisfatórios, é a descrita por Vecchietti em 1965, tendo sido, posteriormente, utilizada por Fedele de modo menos invasivo com recurso à laparoscopia”, contou.
Em 2000, houve o relato “de uma série de 52 casos tratados desta forma com sucesso”, acrescentou.
O CHUC também tem, desde 2011, uma Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual (URGUS), que é uma Unidade de Referência do Serviço Nacional de Saúde e que está vocacionada também para dar apoio especializado a pessoas com malformações congénitas génito-urinárias.
Na semana passada, a agência Lusa noticiou que o Centro Materno-Infantil do Norte realizou uma cirurgia "inovadora" e minimamente invasiva no tratamento de malformações uterinas e vaginais que, através da criação de uma "neovagina", permite que as jovens mulheres possam ter uma vida sexual futura.
O objetivo desta nova intervenção cirúrgica é simples: oferecer a "melhor resposta" e "tratar da melhor forma possível" um quadro clínico que afeta a qualidade de vida e autoestima de uma em cada 4.500 jovens mulheres que sofrem de síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH).
Esta malformação congénita do aparelho reprodutor é caracterizada pela ausência da vagina ou encurtamento do canal vaginal e surge, normalmente, associada à ausência de menstruação, ausência de útero e dores pélvicas, por vezes, apenas detetadas em exames ginecológicos.
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