A técnica pioneira nunca tinha sido bem-sucedida, desde a primeira tentativa em 2000 na Arábia Saudita.

Porém, a revista de medicina britânica The Lancet confirma que uma mulher que nasceu sem útero devido a um problema genético conseguiu dar à luz.

A sueca recebeu um útero de uma amiga, de 61 anos, em situação de menopausa há sete. O parto decorreu no mês passado, sem complicações. A criança nasceu com 1,775 quilos, após 31 semanas de gestação.

A mulher transplantada tem os ovários intactos e é capaz de produzir óvulos. Alguns destes foram recolhidos e fecundados com espermatozóides do marido através de técnicas de fertilização in-vitro. Desta fecundação resultaram 11 embriões que foram congelados, sendo que apenas um foi utilizado no tratamento de fertilidade um ano após o transplante de útero.

Pouco depois foi confirmada a gravidez.

A equipa liderada por Mats Brännström, professor e especialista em ginecologia obstétrica na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, indica no estudo publicado na revista The Lancet que foi diagnosticado apenas um problema durante a gravidez, que foi entretanto tratado com corticóides. Às 31 semanas de gestação, a mãe mostrou sinais de pré-eclâmpsia (hipertensão) e foi internada para ser sujeita a uma cesariana.

“Este sucesso é baseado em mais de dez anos de investigações intensas em animais e de treino cirúrgico da nossa equipa e cria a possibilidade de tratar um bom número de jovens mulheres que sofrem de infertilidade uterina”, comenta Mats Brännström.