"Em casos extremos pode haver um sério compromisso da função visual", explica Rita Flores, médica oftalmologista e secretária geral da SPO.

"A radiação ultravioleta pode propiciar o aparecimento de catarata, desenvolvimento de tecidos anómalos na superfície ocular como os pterígios e neoplasias malignas. Para além disso, o reflexo da luz solar na areia e na água pode ainda desencadear lesões na córnea e a observação direta do sol pode provocar retinopatia solar (queimadura na macula)", alerta.

De acordo com a SPO, todas as pessoas, independentemente da idade ou da sua pigmentação cutânea, estão suscetíveis aos danos que a radiação UV pode provocar. "As crianças e indivíduos de pele clara são particularmente vulneráveis a este tipo de lesão e estudos demonstraram que certas doenças oculares como as distrofias retinianas podem aumentar esta vulnerabilidade", avisa a médica.

Apesar de não anular o risco de doença ocular, a proteção com recurso a chapéu e a óculos de sol com filtros adequados minimiza a probabilidade de lesão por exposição ao sol. Os olhos são particularmente sensíveis ao calor e à desidratação, originando desconforto, prurido, olho vermelho e sensação de corpo estranho a nível ocular. O refúgio no ar-condicionado também não é propriamente saudável, uma vez que ambientes refrigerados também diminuem a produção de lágrima.

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O uso excessivo do computador ou tablet irá agravar a sintomatologia. Pestanejar e usar lágrimas artificiais são as principais armas no combate do olho seco. Para além disso, uma alimentação rica em ómega 3 e uma hidratação adequada são essenciais.

Na praia, os grãos de areia podem provocar lesões importantes na superfície ocular. Caso permaneçam alojados no interior das pálpebras, após a lavagem abundante com soro fisiológico, ou persistam sintomas após a sua remoção, deverá procurar um médico oftalmologista.

Outro importante agressor é o cloro utilizado na desinfeção das piscinas. Este produto químico pode provocar lesões ao nível da superfície ocular pelo que uso de óculos de natação nestes ambientes é aconselhável. Por outro lado, a água das piscinas pode representar uma ameaça se estiver conspurcada com organismos potencialmente infeciosos.

"Cuide dos seus olhos também durante as férias mas lembre-se que qualquer sintoma anómalo como baixa de visão, dor ou olho vermelho deve motivar a procura por uma observação oftalmológica", recomenda a médica Rita Flores.