O caso de uma paciente de Guimarães que morreu em 2004 após sujeição a um ensaio clínico, vai hoje a julgamento nos Juízos Criminais do Porto. O ensaio foi realizado sob orientação de um reumatologista do Hospital de São João, no Porto, que está acusado e pronunciado pelo crime de homicídio por negligência.
Felícia Moreira, que sofria de artrite reumatoide, morreu a 20 de janeiro de 2004 com tuberculose e sépsis, depois de ter participado num estudo clínico do medicamento Humira, que não teria sido devidamente vigiado. O início do julgamento está marcado para as 14 horas, no 2.º Juízo, 1.ª Secção, dos Juízos Criminais do Porto.
Efeitos colaterais
Humira é a designação comercial de fármaco que contém a substância ativa Adalimumab e que, quando mal administrado, pode causar problemas ao paciente. O filho da vítima, que se constituiu assistente no processo, ilibou o laboratório produtor da substância, que foi validada pela autoridade europeia do medicamento em setembro de 2003, e acusou o médico de não informar a mãe de todos os riscos que corria.
O juiz de instrução recusou o argumento do arguido de que a vítima prosseguira a toma de Humira após o termo do ensaio clínico, o que constituiria um caso de automedicação pelo qual não se poderia responsabilizar.
13 de Janeiro de 2011
Fonte: Expresso
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