O que é a pneumonia?

A pneumonia é uma infeção do pulmão que afeta as zonas responsáveis pelas trocas gasosas, ou seja, os alvéolos. É uma doença potencialmente grave, com consequências graves para o doente e elevados custos para a sociedade. Embora tenha particular incidência nos meses mais frios, há registos de mortes e internamento por pneumonia ao longo de todo o ano.

O que é que provoca esta doença?

A pneumonia pode ser causada por microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos, entre outros. As bactérias são as mais frequentes e, dentro delas, o Streptococcus pneumoniae – conhecido por pneumococos – é o principal agente causador.

Quais são os fatores de risco?

A idade é um dos principais fatores de risco da pneumonia – os extremos de vida tornam-nos, naturalmente, mais vulneráveis, uma vez que a nossa imunidade se encontra comprometida, bem como co-morbilidades que a afetem, ou estilos de vida que a danifiquem, nomeadamente o consumo de álcool e tabaco, uma fraca higiene oral ou pouco cuidado com o estado nutricional.

Devemos estar atentos a quadros que apresentem tosse com expetoração, febre elevada, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, perda de apetite ou dores no corpo

Quem são as pessoas mais vulneráveis?

Os grupos de risco estão mais fragilizados. As crianças e os idosos com mais de 65 anos têm maior risco de contrair pneumonia, tal como quem sofre de comorbilidades como asma, DPOC, diabetes e doenças crónicas cardíacas, hepáticas e renais. Existe, atualmente, uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos pertencentes a estes grupos. Para as crianças, a vacinação anti-pneumocócica já faz parte do Plano Nacional e Vacinação os adultos têm, de um modo geral, uma comparticipação de 15%. Para os grupos de alto risco, como é o caso de indivíduos com infeção VIH/sida, com linfomas ou outras doenças hemato-oncológicas ou que tenham retirado o baço, a vacinação não tem quaisquer custos.

Quais os sintomas?

Os sintomas da pneumonia aparecem, geralmente, forma súbita. Devemos estar atentos a quadros que apresentem tosse com expetoração, febre elevada, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, perda de apetite ou dores no corpo. Febre persistente, falta de ar e expetoração com sangue constituem manifestações de alerta com necessidade de avaliação médica.

A má qualidade do ar pode provocar lesão pulmonar que predispõe à pneumonia e à exacerbação das doenças respiratórias crónicas.

Como se pode prevenir a pneumonia?

A forma mais eficaz de prevenir a pneumonia é apostar naprevenção – intervenção nos comportamentos de risco, vacinação antigripal e antipneumocócica. A intervenção nos comportamentos de risco inclui a cessação tabágica, o consumo moderado de bebidas alcoólicas, a higiene oral, a manutenção de um estado nutricional adequado e o controlo das doenças associadas.

Qual a incidência da pneumonia em Portugal?

Estima-se que a incidência da pneumonia nos adultos seja de 5 a 11 casos por 1000 habitantes, por ano. Os valores de Portugal encontram-se dentro dos valores de referência para os países mais desenvolvidos.

A pneumonia pode deixar sequelas no pulmão, como é o caso das bronquiectasias ou do comprometimento da função pulmonar

Porque é que a pneumonia mata?

A pneumonia mata pelo alastramento da infeção no pulmão impossibilitando as trocas gasosas ou pela disseminação da infeção pelo sangue condicionando um choque séptico com disfunção múltipla de vários órgãos.

O número de casos de pneumonia pode aumentar por causa da poluição?

Sem dúvida! A má qualidade do ar pode provocar lesão pulmonar que predispõe à pneumonia e à exacerbação das doenças respiratórias crónicas. Convém não esquecer que um dos principais causadores de deterioração da qualidade do ar, sobretudo em ambiente fechados, é o fumo do tabaco.

A pneumonia deixa sequelas?

A pneumonia pode deixar sequelas no pulmão, como é o caso das bronquiectasias ou do comprometimento da função pulmonar. Estas sequelas podem provocar, ao longo da vida, sintomas respiratórios como tosse, expectoração ou falta de ar associadas a diminuição da qualidade de vida.