A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda anunciou o lançamento de uma campanha destinada a sensibilizar as mães do distrito para que decidam ter os seus filhos na maternidade do Hospital Sousa Martins (HSM).

Segundo Ana Manso, presidente do Conselho de Administração da ULS, o objetivo da iniciativa denominada "A maternidade que nos une" é "levar as grávidas do distrito a optarem por ter os filhos" no bloco de partos local.

A responsável explicou ontem aos jornalistas, no final de uma visita do bispo da Guarda ao HSM, que a ação destina-se a recuperar uma média de 300 mães que anualmente "fogem para as outras maternidades da região".

A iniciativa surge após o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter anunciado que as maternidades que tiverem "menos de 1.500 partos por ano, de acordo com os indicadores da Organização Mundial de Saúde, não deveriam estar a funcionar", admitindo o encerramento e a fusão destas unidades.

No caso da Beira Interior, estão nesta circunstância as maternidades dos hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco.

Dados da Direção Geral da Saúde (DGS), referentes a 2009, indicam que houve 690 partos na Unidade Local de Saúde da Guarda, 473 na de Castelo Branco e 594 no Centro Hospitalar da Cova da Beira (Covilhã).

"A manutenção da maternidade da Guarda não é um dado adquirido, e por isso gostaríamos que todas as mulheres do distrito amassem e defendessem a nossa maternidade. A melhor forma de o fazer é que todos os seus filhos nasçam aqui, na nossa terra, aqui na Guarda", defendeu hoje a responsável.

Ana Manso também apontou dados preliminares que indicam que em 2011 terão nascido "cerca de 700 crianças" no bloco de partos da Guarda e revelou que entre 01 de janeiro e o dia de hoje já ali nasceram "oito crianças".

Segundo a responsável, a ação de defesa daquele serviço foi hoje iniciada, com o pedido de ajuda ao bispo da Guarda, porque a mensagem do prelado diocesano "chega a todas as aldeias" e a todos os locais.

"Se a igreja multiplicar a mensagem, nós [maternidade do HSM] não corremos o risco de perder as nossas grávidas", disse, apontando que gostaria que no futuro "as grávidas do distrito não fossem para fora".

Ana Manso explicou que "a causa" pela defesa da continuidade daquele serviço "é uma causa de todos" e irá envolver forças políticas e sociais locais.

"O nascer aqui é um ato individual" mas também é "uma responsabilidade de quem gosta e ama" a Guarda, defendeu.

O bispo Manuel Felício mostrou-se disponível a colaborar com a ULS na defesa da sua maternidade.

"Nós estamos no terreno e nas realizações variadas, vamos dizendo que vale a pena não só refazer a saúde na Guarda, mas também começar a vida" na cidade mais alta do país, afirmou.

6 de janeiro de 2012

@Lusa