Profissionais, utentes e familiares de pessoas que nasceram ou tiveram filhos na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) realizam hoje um cordão humano contra o fecho daquela instituição.

Segundo fontes clínicas, a ideia do “Abraço à MAC” partiu de profissionais desta instituição – médicos, enfermeiros e administrativos –, mas também de utentes e familiares de utentes que se consideram ligados àquela maternidade.

As mesmas fontes adiantaram que o clima na instituição é de alguma expetativa, após notícias contraditórias sobre o futuro desta maternidade.

Na quinta-feira, Francisco Louçã (BE) anunciou no Parlamento que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo transmitiu aos diretores de serviço da MAC a intenção de encerrar a unidade, mas horas depois o presidente desta ARS disse que este é apenas um cenário.

Os profissionais de saúde reagiram de imediato e reuniram-se no anfiteatro da instituição, tendo decidido não se pronunciar sobre as notícias, mas revelando sob anonimato que estão decididos a lutar pela manutenção das equipas da MAC.

Hoje mesmo, o ministro da Saúde disse que a MAC deveria encerrar durante a presente legislatura, tendo-se limitado a afirmar que o mais importante da MAC – o seu ‘know-how’ e as equipas – seriam mantidos.

Paulo Macedo já tinha reiterado no sábado a necessidade de uma reestruturação na área da obstetrícia em Lisboa, justificando que é impossível manter tantos serviços numa altura em que o número de partos tem vindo a diminuir.

“Nós vamos esperar pelo plano que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vai apresentar conjuntamente com a administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde a MAC está inserida”, sublinhou.

O ministro afirmou que Lisboa tem hoje uma “enorme capacidade excedentária” nesta área, explicada pela abertura do Hospital de Loures, pela baixa da natalidade e, sobretudo, pela “ampliação das diferentes unidades” da cidade e em seu redor.

10 de abril de 2012

@Lusa