Questionada sobre denuncias de autarcas que afirmam não estar a receber testes, Marta Temido explicou durante a conferência de imprensa diária que a distribuição de testes é feita a partir de ordens de transferência emitidas pelos serviços partilhados do Ministério da Saúde e do Infarmed e que decorrem dos pedidos reportados pelas regiões.

“É evidente que a distribuição é depois realizada regionalmente. Por exemplo, nós enviamos aquilo que são as necessidades para a região Norte e é a região Norte que faz a distribuição pelos seus hospitais”, exemplificou.

A ministra adiantou que alguns hospitais, como o Centro Hospitalar Universitário de São João, beneficiam de uma distribuição individualizada devido à sua dimensão e que o alargamento desse modelo a outros estabelecimentos está a ser analisado pela tutela para facilitar o trabalho das autoridades regionais de saúde.

Marta Temido acrescentou ainda que não é ao Ministério da Saúde nem o Serviço Nacional de Saúde que cabe a distribuição de testes pelas “entidades que estão no terreno”, como as autarquias, que são responsáveis pelas suas aquisições.

“Nalguns casos pontuais temos disponibilizado a IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), por exemplo lares, testes e equipamentos de proteção individual, porque sabemos que há uma carência generalizada no mercado e, portanto temos essa preocupação”, referiu.

O Ministério da Saúde anunciou na sexta-feira que desde 01 de março foram feitos em Portugal 151.113 testes de diagnóstico da doença covid-19, dos quais 17.083 (11,3%) foram positivos, revelou o Ministério da Saúde.

Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que no domingo terá disponíveis cerca de 900 mil testes, “que serão de imediato” distribuídos pelas administrações regionais de saúde e Regiões Autónomas, “de acordo com as necessidades identificadas”.

Desde 01 de abril, o ministério revela que têm sido feitos, em média, 8.900 testes diários de diagnóstico do novo coronavírus.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 470 mortos, mais 35 do que na sexta-feira (+8%), e 15.987 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 515 em relação a sexta-feira (+3,3%).

Dos infetados, 1.175 estão internados, 233 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 266 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.