17 de dezembro de 2013 - 14h59
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Viseu revela que cerca de 36 por cento dos adolescentes portugueses estão infetados por Helicobacter Pylori, a bactéria responsável pela gastrite e úlcera duodenal.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Pereira, coordenador do projeto de investigação HELICOVISEU, informou que o estudo levado a cabo ao longo de um ano conclui que um terço dos adolescentes portugueses deu positivo para a infeção por Helicobacter Pylori (HP).
O estudo - desenvolvido por uma equipa de 10 investigadores da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu, coordenados por Carlos Pereira e Manuela Ferreira - teve por objetivo quantificar a prevalência da infeção por HP em adolescentes.
Ao todo, foram realizados testes em 447 adolescentes dos concelhos de Viseu e Sátão, com idades entre os 12 e os 18 anos.
"Como era expectável, a infeção por HP é associada à idade, ou seja, quanto mais perto o adolescente estiver dos 18 anos, mais probabilidades existem de estar infetado", revelou.
De acordo com o investigador, também os adolescentes das zonas rurais têm mais 50 por cento de probabilidades de ter este tipo de infeção.
"O mesmo se aplica aos adolescentes que consomem regularmente bebidas alcoólicas, ou seja, há mais 34 por cento de probabilidades de estarem infetados", acrescentou.
Carlos Pereira não se mostrou surpreendido com os resultados do projeto, já que diversos estudos sobre a matéria informam que mais de metade da população mundial está infetada por Helicobacter Pylori.
"A prevalência desta bactéria é superior nos países subdesenvolvidos, sendo a principal causa da gastrite e úlcera duodenal. É também uma das principais causas para o cancro de estômago", acrescentou.
O investigador revelou ainda que a Helicobacter Pylori "é uma bactéria relativamente jovem, que foi descoberta há cerca de 30 anos por Marshall & Warren", "não existindo consenso sobre a sua forma de transmissão".
Apesar de mais de metade da população mundial estar infetada por HP, "entre 80 a 90 por cento dos infetados nunca chega a ter sintomas associados à bactéria".
O projeto de investigação HELICOVISEU conta com o financiamento do Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde de Viseu, CI&DETS (Centro de Investigação do IPV) e Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e o apoio do Agrupamento de Escolas do Sátão e do IPATIMUP - Universidade do Porto.
Lusa