
Calcula-se que mais de um milhão de portugueses é afetado por distúrbios da tiróide, embora muitos problemas relacionados com esta glândula possam passar desapercebidos, uma vez que os sintomas são interpretados como simples sinais de "stress" ou depressão. O alerta é feito pela investigadora e professora Paula Soares, do Ipatimup/i3S, líder de um dos grupos de investigação em cancro da tiróide mais produtivos da Europa.
Sintomas como o aumento da frequência cardíaca, nervosismo, inquietação, dificuldades em dormir, emagrecimento ou aumento de peso, depressão, impotência sexual, sensações de calor ou frio têm muitas vezes origem no mau funcionamento da tiróide, seja por hipertiroidismo ou hipotiroidismo (excesso ou defeito na produção de hormonas da tiróide).
O cancro da tiróide é o tipo mais frequente de cancro dos órgãos endócrinos e o quarto tumor mais frequente nas mulheres. Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais frequente a partir dos 35 anos e é curável ou tratável se diagnosticado numa fase precoce.
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Médicos e cientistas reunidos
O Encontro de Outono da Organização Europeia Para Investigação e Tratamento do Cancro (EORTC) e do Grupo de Estudo da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) vai realizar-se este ano no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), a 28 de novembro, com o desafio de juntar os melhores especialistas na área do cancro da tiróide e de apresentar os desenvolvimentos impressionantes que se têm registados nos últimos anos a nível do diagnóstico, prognóstico e tratamento desta patologia.
Segundo Paula Soares, líder de um dos grupos de investigação em cancro da tiróide mais produtivos da Europa, "este encontro multidisciplinar, junta especialistas europeus tanto da área clínica (especialistas em endocrinologia, oncologia, medicina nuclear), como investigadores básicos em cancro da tiróide".
"O encontro é especialmente relevante por se dar numa altura em que são propostas alterações nos critérios de diagnóstico, estadiamento e tratamento dos doentes com cancro da tiróide. Todas estas alterações implicam consensus e uma aprendizagem multidisciplinar", comenta a investigadora.
A presença de especialistas europeus no assunto, continua a cientista, "vai permitir discutir estes tópicos de uma forma integrada".
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