O sangue do cordão umbilical é, atualmente, utilizado para o tratamento de várias doenças. No Dia Mundial do Sangue do Cordão Umbilical, que se assinala a 15 de novembro, destacamos que esta fonte de células estaminais é cada vez mais a solução terapêutica escolhida em tratamentos que requerem um transplante hematopoiético.

"De desperdício hospitalar a opção terapêutica utilizada já em mais de 45 mil tratamentos de crianças e adultos, como resposta a mais de 90 doenças cujo tratamento exigiu a realização de um transplante hematopoiético. Foi até aqui que nos trouxeram, em pouco mais de 30 anos de investigação, as células estaminais do sangue do cordão umbilical, desde a sua descoberta em meados da década de 80", salienta a CEO da Crioestaminal, Mónica Brito.

As últimas estatísticas demonstram que uma em cada 400 pessoas, até aos 70 anos, podem vir a necessitar das suas células estaminais para um transplante hematopoiético. Já se juntarmos a esta probabilidade a necessidade de um transplante com células doadas por outra pessoa, esta estimativa passa para cerca de uma em cada 200 pessoas, de acordo um estudo científico, publicado no jornal Biology of Blood and Marrow Transplantation.

Comparativamente com o sangue periférico ou a medula óssea, o sangue do cordão umbilical apresenta alguns benefícios, como, por exemplo, maior permissibilidade no grau de compatibilidade entre dador e doente e menor risco de transmissão de agentes infeciosos. Estas células são de colheita fácil e indolor, após o nascimento, sem qualquer risco para a mãe ou para o bebé, e apresentam ainda disponibilidade imediata para transplantação, evitando o período de espera por um dador compatível.

O número de novas aplicações em estudo tem aumentado

Na maioria dos transplantes já realizados, o sangue do cordão umbilical foi utilizado para o tratamento de doenças do sangue e do sistema imunitário. No entanto, as células do sangue do cordão umbilical também podem ser aplicadas na área da medicina regenerativa, fora do contexto do transplante hematopoiético, em doenças tão variadas como a diabetes tipo 1, a doença vascular periférica, a paralisia cerebral, as lesões da espinal medula, entre outras.

A primeira utilização de sangue do cordão umbilical em medicina regenerativa terá ocorrido em 2005 nos Estados Unidos, no tratamento de uma criança com lesões neurológicas.

Desde então o potencial das células estaminais do cordão umbilical tem sido cada vez mais estudado, estando atualmente em curso mais de 400 ensaios clínicos com recurso a células estaminais do sangue do cordão umbilical.

Nestes ensaios clínicos, que envolvem centenas de participantes em várias partes do mundo, tem sido demonstrado que a administração de sangue do cordão umbilical em medicina regenerativa é segura e que pode efetivamente ser uma opção terapêutica determinante em situações de doença grave.