"No total, a OE recebeu 2143 pedidos de declarações: 1230 em 2020 e 913 em 2021, especialmente no segundo semestre do último ano, altura em que milhares de enfermeiros saem das escolas para o mercado", lê-se na nota.
"Enquanto até Junho tinha havido 277 pedidos de emissão de declarações, entre Junho e Dezembro esse número ascendeu a 636. De referir que, só no último ano, o número total de enfermeiros que manifestaram intenção de emigrar corresponde a cerca de um terço dos novos Enfermeiros formados anualmente pelas escolas portuguesas", informa a Ordem.
Os países europeus, que nos últimos dois anos realizaram campanhas de recrutamento muito agressivas, para as quais a OE alertou, continuam a ser os escolhidos pelos enfermeiros portugueses, com destaque para a Suíça, mas os Emirados Árabes Unidos recebem também, de ano para ano, cada vez mais profissionais portugueses. A seguir à Suíça, a Espanha e o Reino Unido, apesar do Brexit, foram os principais destinos escolhidos pelos enfermeiros portugueses em 2021.
"Estes números demonstram a continuação da tendência da emigração de enfermeiros, apesar da carência crónica de enfermeiros em Portugal. Recorde-se que, nos últimos dois anos, chegámos ao ponto de querer contratar Enfermeiros, nos momentos mais críticos da pandemia, e não haver Enfermeiros no mercado, apesar de todos os anos saírem 3000 novos enfermeiros das escolas", acrescenta a nota.
“É urgente dar condições dignas aos enfermeiros e não contratos de quatro meses, dar-lhes uma carreira e não um bilhete de avião”, diz a bastonária, Ana Rita Cavaco, sublinhando que em mês de eleições é fundamental saber o que cada partido tem no seu programa para a Saúde, e para os enfermeiros em particular, e é uma emergência encontrar mecanismos de fixação dos enfermeiros em Portugal, como já foi recomendado pela OMS.
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