Os fumadores portugueses compraram, em 2011, uma média diária de 372 embalagens de medicamentos para deixar de fumar, segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

De acordo com o Infarmed, os portugueses compraram, entre janeiro e novembro do ano passado, 124.242 embalagens de medicamentos para o tratamento da dependência tabágica.

Esta solução representou um custo de cerca de 3,796 milhões de euros para os fumadores, quase metade do valor despendido há quatro anos, altura em que entrou em vigor a Lei do Tabaco, quando foram gastos cerca de seis milhões.

Quanto ao valor "investido" desde que passou a ser proibido fumar na maioria dos espaços públicos fechados percebe-se que os portugueses gastaram mais de 18,684 milhões de euros em medicamentos.

No entanto, as vendas têm vindo a decrescer. Em 2007 foram compradas cerca de 256 mil embalagens, mais do dobro das vendidas em 2011. Em média, em 2010, eram vendidas 410 embalagens por dia, enquanto o ano passado a média baixou para 372.

A entrada em vigor da Lei do Tabaco, há quatro anos, também provocou uma redução de fumadores (menos cinco por cento) e uma “diminuição muito significativa do tabagismo passivo, que diminuiu 20 por cento”, segundo o “Relatório Sobre a Implementação e Impacte da Lei do Tabaco” coordenado pela Direção Geral de Saúde.

A venda de cigarros também sofreu uma redução em 2011 de 8,7 por cento, passando de pouco mais de 12 biliões de cigarros em 2010 para quase 11 biliões, segundo dados do Ministério das Finanças e da Administração Pública.

Apesar da redução do consumo, o tabagismo continua a ser a principal causas da morte prematura evitável em Portugal.

“As despesas com os custos das doenças associadas ao consumo do tabaco é de cerca de 1.300 milhões de euros por ano, sendo que os impostos rondam os mesmos valores”, disse à Lusa Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

O imposto sobre os cigarros é dos mais elevados da Europa: por cada mil cigarros o Estado arrecada 69,07 euros, de acordo com a informação do Ministério das finanças.

Este ano o preço do tabaco volta a subir e o Estado espera arrecadar em impostos cerca de 1.386 milhões de euros.

Os impostos sobre os cigarros vão passar dos atuais 45 para 50 por cento e o tabaco de enrolar, que passou a ser utilizado por muito mais pessoas, vai passar a ser taxado em 61,4 por cento.

Já as taxas dos charutos e as cigarrilhas vão subir de 13 para 15 por cento.

Em 2010, por exemplo, o Estado arrecadou cerca de 1.428 milhões de euros em impostos sobre os tabacos, sendo que a principal fatia (1.395 milhões) veio dos cigarros.

Os charutos, cigarrilhas, tabaco de enrolar e para os cachimbos renderam aos cofres do Estado um pouco mais de 33 milhões de euros.

2 de janeiro de 2012

@Lusa