No documento, com data de segunda-feira, 27 dezembro, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a direção do centro social refere que o Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco proibiu a admissão de novos utentes na valência do lar, o que conduziu “a significativa redução dos apoios recebidos”, a principal forma de subsistência da instituição.

“Depois de termos feito tudo ao nosso alcance para que a referida decisão fosse revertida, quer junto da Segurança Social, quer da Câmara Municipal, não houve abertura para a resolução do problema, nem nos foi dada qualquer alternativa, isto apesar de ambas as instituições terem ficado perfeitamente cientes que o resultado inevitável seria o encerramento do Centro Social do Salgueiro do Campo”, lê-se na missiva.

Adianta ainda que a situação foi reportada aos sócios, em assembleia geral, tendo a atual direção procedido à marcação de eleições para os órgãos sociais, a que não foi apresentada nenhuma lista concorrente.

“Esgotadas todas as hipóteses de resolução do impasse, não possuindo a instituição recursos financeiros ou humanos para poder continuar a desempenhar a sua função (…), vemo-nos obrigados a encerrar definitivamente a nossa atividade social (…) agradecendo-lhe o favor de vir buscar o seu familiar à instituição ou proceder ao seu reencaminhamento para outra resposta social até ao próximo dia 31 de dezembro de 2021”, sublinham.

A instituição realça ainda que a partir daquela data “deixa de ter condições para assegurar qualquer tipo de apoio ou ajuda”, uma vez que se vê obrigada a “rescindir todos os contratos de trabalho e a encerrar portas”.

À Lusa, a diretora do Centro Social de Salgueiro do Campo confirmou a veracidade da missiva enviada aos familiares dos utentes.

Emília Brás disse que estão em causa 15 utentes do lar e que a instituição já teve cerca de 18 funcionários, não sabendo precisar o número atual.

Adiantou ainda que existe uma candidatura ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) feita há mais de um ano, no sentido de legalizar o lar, que se encontrava ilegal.

“Quando entramos não se sabia de nada [ilegalidade do lar]. Só depois se veio a saber que estava ilegal”, explicou.

A responsável pela instituição sublinhou ainda que recentemente foram pedidos mais documentos à instituição, no âmbito do PARES, que foram enviados recentemente.

Já o presidente da Câmara de Castelo Branco disse à Lusa que está em estreita colaboração e contacto com o Centro Distrital da Segurança Social de Castelo Branco.

Leopoldo Rodrigues sublinhou ainda que vai reunir com familiares dos utentes para lhes transmitir que enquanto a situação não estiver definitivamente resolvida, “o município tudo fará para os apoiar e manter os utentes nas atuais instalações do lar”.

A Lusa contactou a Segurança Social de Castelo Branco que remeteu o assunto para o Instituto da Segurança Social, mas, até ao momento, ainda não foi possível obter uma reação daquela entidade.