Os valores foram hoje divulgados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no boletim climatológico referente ao mês passado, segundo o qual a 31 de julho 97% do território estava em seca meteorológica, 34% nas classes de seca severa e extrema, especialmente no Alentejo e Algarve.
Na terça-feira, o serviço europeu Copernicus já tinha informado que julho foi o mês mais quente alguma vez registado na Terra, marcado por ondas de calor e incêndios em todo o mundo.
Segundo os dados então divulgados, julho foi 0,33°C (graus celsius) mais quente do que o mês que detinha o recorde até agora (julho de 2019, quando se registou uma média de 16,63°C). A temperatura do ar foi também 0,72°C mais quente do que a média (1991-2020) em julho, indicou o Copernicus.
Nos dados hoje divulgados o IPMA também salienta o facto de julho ser o mais quente e de a temperatura média estimada apresentar um desvio de mais 0,7°C em relação à média do período 1991-2020.
Em diversas regiões no hemisfério norte, particularmente no sul da Europa, foram registadas ondas de calor de elevada intensidade e extensão, tendo sido registadas anomalias de temperatura média do ar de cerca de +4ºC na Itália, Grécia e Espanha.
Tal deveu-se ao transporte de massas de ar muito quentes e secas do norte de África para o sul da Europa. No norte de África e no Ártico canadense foram também registadas temperaturas do ar muito elevadas, com anomalias de +5ºC e +7ºC, respetivamente.
No entanto, a parte continental portuguesa teve temperaturas normais para a época, sem ondas de calor, devido ao chamado anticiclone dos Açores, que provocou a entrada de ar marítimo de norte (a nortada), mais húmido e frio.
A situação, habitual, também impediu que chovesse, pelo que julho foi muito seco em relação à precipitação. A temperatura média esteve um pouco acima do normal (+0,34ºC), a mínima -0,23 ºC abaixo do normal, e a máxima +0,90 acima do normal.
Julho foi em Portugal o quinto mês de julho mais seco desde 2000 e nesse mês diminuíram os valores de percentagem de água no solo em todo o território, sendo mais significativo nas regiões do Nordeste Transmontano, vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
“Estas regiões têm valores de percentagem de água no solo inferiores a 10 %, sendo que em muitos locais o teor de água no solo está ao nível do ponto de emurchecimento permanente”, alerta o IPMA no boletim climatológico de julho.
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