
"Vários investidores, pelo menos seis", já contactaram a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) este ano “interessados em procurar terra para a sua plantação”, informa Pedro Salema em declarações ao jornal Público.
Para o responsável, é o “aumento da procura da substância THC, para uso medicinal”, que incentiva os investidores. O THC ou tetraidrocanabinol é a principal substância psicoativa da planta cannabis sativa e tem uma multiplicidade de benefícios quando usada em ambientes controlados.
Efeito dominó?
Por outro lado, no dia 17 de outubro, o Canadá juntou-se ao Uruguai e abriu o mercado ao uso da substância para fins recreativos o que pode originar um efeito dominó à escala mundial.
A legalização da canábis para fins medicinais em mais de 30 países, dos quais 14 na Europa, está a impulsionar uma indústria em rápida expansão. Em Portugal o consumo de canábis foi aprovado em junho deste ano apenas para uso medicinal.
“Os investidores, sobretudo multinacionais, entendem que a produção de canábis pode render muito dinheiro”, sublinha o presidente da EDIA.
O modelo de produção em estufa é o que tem sido proposto a Pedro Salema pela maioria dos potenciais investidores.
“Já nos foi apresentado um projecto com um investimento de 10 milhões de euros para ocupar 10 hectares”, sublinha o presidente da empresa, escusando-se a adiantar o nome dos interessados.
Mais emprego
A esse respeito, o responsável adianta apenas que a ordem de grandeza “é de milhões de euros para financiar pequenas unidades com áreas com 3, 5, 10 e até 20 hectares".
Outra das vantagens seria a criação de emprego na região, já que para cada hectare seriam necessárias, em média, duas dezenas de trabalhadores.
A cultura de canábis é, no entanto, "pouco interessante para a EDIA", já que este modelo de produção em Alqueva consome um volume residual de água. "Vale mais pelo valor que gera do que pelo espaço que venha a ocupar na área regada", frisa.
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